O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP) realizou 56 trocas de secretários municipais em seis anos (ou 2.190 dias) de governo – quatro anos do primeiro mandato e os dois primeiros do segundo mandato. Em média, ocorre uma mudança a cada 39 dias no primeiro escalão. Foram 45 secretários no mesmo período. Algumas ocuparam mais de uma função, por isso, o número de trocas é maior. No cálculo de Pasin, foram nomeados 40 secretários. A lista foi divulgada pelo vereador de oposição Moacir Camerini (PDT) e incluía mais nomes. O Pioneiro fez a checagem das informações e chegou à relação do quadro ao lado.
Entre as mudanças mais polêmicas está a de Rafael Paludo, então secretário de Administração. Em setembro de 2015,o Ministério Público iniciou investigação por suspeita de fraude em licitação para contratar empresa para realizar concurso público municipal. No início do 2017, outro afastamento que causou repercussão negativa foi o de Amarildo Lucatelli (PP), nomeado como diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb). Lucatelli, vereador licenciado, não tinha o Ensino Médio, escolaridade mínima exigida para ocupar o cargo. Para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), declarou ter o Ensino Fundamental completo.
As diferentes composições do Governo Pasin mostram pelo menos três nomes fortes. O vereador Amarildo Lucatelli (PP) já assumiu quatro pastas: Meio Ambiente, Viação e Obras Públicas, Gestão Integrada e Mobilidade Urbana e Ipurb.
Enio de Paris já esteve à frente das secretarias de Governo e Saúde. Lucatelli e De Paris não estão mais na administração municipal. Atualmente, o nome forte do governo é o secretário da Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), que já assumiu a pasta de Governo. Formado por nove siglas (PP, PSDB, DEM, PPS, DEM, PTB, PRB, Rede e PR), o governo tem os cargos de secretários distribuídos entre os partidos da coligação. Atualmente, o PP – partido de Pasin – comanda seis secretarias, seguido do PSDB com três pastas e PPS, que tem dois secretários. PTB, Rede, DEM e MDB contam com um secretário cada. Com pouca representatividade, PSD e PR não receberam secretarias.
Na semana passada, Pasin anunciou a fusão das secretarias da Juventude, Esporte e Lazer e da Habitação e Assistência Social. O titular da Secretaria da Habitação e Assistência Social, Eduardo Virissimo (PP), assumiu o comando das duas pastas em uma só. A fusão proposta pelo governo depende da aprovação do projeto de lei pela Câmara Municipal. Vereador de primeiro mandato, Virissimo foi eleito em 2016 e, desde novembro do ano passado, está licenciado. Em 2018, atuou como vice-presidente e líder do governo na Câmara. Com o apoio de Pasin,Virissimo concorreu a deputado estadual e obteve 16.248 votos, ficando como nono suplente da coligação PP/PTB.
Na pasta da Juventude, Esporte e Lazer, o titular Adão Valtamir Atzler (DEM) foi exonerado. Já a secretária adjunta, Patrícia Dal Mass (DEM), irá comandar a Coordenadoria de Projetos.
O que diz o prefeito
"Foram nomeados 40 secretários no meu governo. O restante dos nomes apontados são confusões do vereador, que mistura adjuntos que cobrem as férias dos secretários. Não me parece sério compreender tais situações como nomeações, pois não são. Tivemos três secretários da primeira gestão que foram eleitos vereadores. Três lamentavelmente faleceram e um, com problemas de saúde, teve de se afastar do cargo. E sete eram ligados ao MDB, que saiu do governo na gestão anterior. As mudanças em um quadro de gestão pública são naturais e as causas, variadas. Variam por motivos pessoais, atingimento das metas propostas, quebra de rendimento, composições políticas, etc. Enquanto prefeito, não me acomodarei até que os problemas da cidade não forem plenamente solucionados. Não deixarei que isto ocorra também com a equipe do secretariado. Costumo dizer que a reforma administrativa é natural e constante. O que realmente importa é o rendimento e a entrega."