Sem espaço para concorrer a deputado federal no PMDB, o ex-vice-prefeito Antonio Feldmann anunciou na manhã desta segunda-feira, por meio de um comunicado à imprensa, que pediu a desfiliação do partido que militou nos últimos 20 anos.
Feldmann diz em nota que a atitude não é contra ninguém, mas a favor de suas convicções e projetos “coletivos” que pretende realizar no futuro.
Em outro trecho na nota, Feldmann comenta que deixa o PMDB sem mágoas ou outro sentimento negativo. Ele também ressalta que a grande maioria dos filiados merece seu respeito, mas aponta que uma minoria compromete a imagem da sigla.
— Na sua grande maioria, o partido é formado por pessoas que merecem todo meu respeito, gente de posturas ilibadas e corretas, embora uma minoria acabe comprometendo sua imagem, credibilidade e sua própria história.
O provável caminho de Feldmann pode ser o PSD, partido do vereador Kiko Girardi e do senador Lasier Martins. Na semana passada, Feldmann prestigiou visita de Lasier na cidade. O ex-vice-prefeito tem até o dia 7 de abril para assinar ficha de filiação em um novo partido para concorrer nas próximas eleições.
Confira a íntegra do comunicado assinado por Feldmann:
“Dentro da transparência com que tenho procurado agir, venho através desta comunicar minha decisão de deixar o PMDB, partido ao qual servi e me dediquei nos últimos 20 anos. Essa atitude não é contra ninguém, mas antes de tudo a favor de novas convicções e projetos coletivos que eu tenho e procurarei empreender daqui para a frente.
Saio com a consciência de ter feito meu trabalho como uma missão, procurando entender a política como um instrumento e uma ferramenta para melhorar a vida das pessoas, para combater as injustiças e acima de tudo defender a vida. É possível fazer política com ética e dignidade, mantendo os princípios e a defesa de valores, não se corrompendo, trabalhando com honestidade e seriedade.
Como já manifestei recentemente, é tempo de assumir novas responsabilidades, mudar atitudes, ter coragem de denunciar os males que atingem o nosso sistema político-partidário, que na maioria das vezes sufoca o surgimento de novas lideranças e privilegia as cúpulas e os arranjos de gabinetes, não oferecendo à população alternativas e oportunidades diferentes. E assim sufocam novas esperanças.
Deixo o PMDB sem mágoas, ressentimentos, remorso, ou qualquer outro sentimento negativo. Só tenho a agradecer a convivência, a amizade, o aprendizado, o apoio e a confiança que tive em todo esse tempo. Na sua grande maioria, o partido é formado por pessoas que merecem todo meu respeito, gente de posturas ilibadas e corretas, embora uma minoria acabe comprometendo sua imagem, credibilidade e sua própria história.
Como forma de explicitar o que me move nesse momento, quero me expressar usando um trecho do poema “Travessia”, de Fernando Teixeira de Andrade:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
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