Em tom de prestação de contas e antecipando provável apresentação eleitoral, o governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB) foi o palestrante convidado da reunião-almoço desta segunda-feira na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. O clima de confraternização, que marca suas participações no evento, foi novamente vivenciado junto a empresários e autoridades. Embora durante o pronunciamento de abertura o presidente da CIC, Ivanir Gasparin, tenha ressaltado demandas da região, as cobranças se limitaram à fala inicial e precederam uma palestra de autoexaltação do governador com a gestão que se encerra neste ano, que recebeu eventuais aplausos do público.
Utilizando frases de efeito e infográficos, Sartori destacou as ações tomadas no governo para contingenciar despesas e amenizar a dívida do Estado.
— As medidas que tomamos foram muito amargas, mas como eu digo, ninguém trata de uma doença terminal com analgésico. O que tem de fazer é o tratamento adequado, e foi isso que fizemos. Muitos negaram e ainda negam que exista essa doença, mas ela vai ter que ser superada — afirmou.
A apresentação iniciou-se com a exposição de Sartori sobre a redução do déficit projetado para 2018 no Estado, de R$ 25 bilhões para R$ 8 bilhões, o que ele ressaltou representar dois terços do objetivo que, no depoimento do governador, deve ser alcançado sem a venda das ações do Banrisul ou a formalização da adesão ao regime de recuperação fiscal. Ainda assim, ele salientou que, para as medidas terem efetividade a longo prazo, o próximo governo deve dar continuidade às ações iniciadas em sua gestão. Em especial, denotou a importância da criação do regime de previdência complementar ao funcionalismo público estadual, o qual reiterou que deve possibilitar o equilíbrio previdenciário do Estado de forma gradual ao longo dos próximos 25 anos, no mínimo.
— Tudo que fizemos não foi para receber aplausos ou tapinhas nas costas. É preciso ter atitude para enfrentar as dificuldades. Mesmo em ano eleitoral, vou continuar apresentando propostas — ressaltou recebendo aplausos dos empresários.
>> O que Sartori falou sobre:
Regime de Recuperação Fiscal
"Vamos nos reunir pela primeira vez amanhã (terça-feira) com o ministro da Fazenda, o presidente da República e o chefe da Casa Civil (Eliseu Padilha), em Brasília, para iniciar o processo de diálogo sobre os próximos passos no regime de recuperação fiscal. É um estágio mais avançado, no qual devemos garantir a permanência, pelo período de três anos, dos recursos da parcela da dívida do Estado com a União. Isso vai representar R$ 11,3 bilhões que permanecerão no RS e não irão para os cofres do tesouro nacional."
Parcelamento de salários
"É melhor pagar dentro do mês, e no mês, do que não pagar e não ter as condições. Nos três anos, mesmo com parcelamento, todos os salários foram quitados dentro do mês. Espero que amanhã (terça-feira), consigamos concluir a folha."
Candidatura à reeleição
"Falar sobre isso pode sempre gerar problemas e também me tira do foco. Por isso, prefiro sempre não me manifestar. Quem deve decidir são os partidos, que precisam olhar para o futuro e avaliar quem vai fazer sustentabilidade dessa mudança que encaminhamos no nossos governo, que deve ter continuidade. Não sou salvador da pátria e tenho humildade para dizer "se eu não posso dizer que sim, também não preciso dizer que não."
Aeroporto de Vila Oliva
"Foi feita a outorga por parte do Estado ao município, que agora deve fazer todos os encaminhamentos."
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