A defesa da moralidade na política é unânime entre quatro presidentes de partidos caxienses. Os presidentes do PT, PMDB, PSDB e PRB pregam discursos de ética e contra a corrupção, mas as principais lideranças nacionais das siglas estão envolvidas em escândalos. Na semana passada, líderes dos quatro partidos analisaram o resultado da manutenção da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Ontem, o Pioneiro procurou saber porque a opinião das lideranças municipais têm pouca influência na decisão nacional das siglas.
Entre os casos mais emblemáticos está a denúncia contra o presidente da República Michel Temer (PMDB) no exercício do mandato. Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista dando aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente por obstrução à Justiça e organização criminosa. Com o apoio dos deputados, Temer se livrou da investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, ele e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, do PMDB gaúcho, serão investigados após deixaram seus cargos.
No PT, a situação representativa é do ex-presidente Lula. Além da manutenção da condenação pelo TRF4, na semana passada, Lula também é réu em outras quatro ações penais. O partido tem ainda o ex-ministro José Dirceu condenado por corrupção ativa no julgamento do Mensalão e por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras, na investigação da Lava-Jato.
Principal liderança política do PSDB, o senador Aécio Neves também tem uma mancha na sua trajetória. No ano passado, o então presidente nacional da sigla, foi gravado pedindo R$ 2 milhões para o empresário Joesley Batista, dono da JBS, para pagar sua defesa na Lava-Jato a título de propina. O STF decidiu pelo afastamento do tucano do mandato. Mais tarde, os senadores decidiram por devolver o mandato a Aécio.
O partido que comanda a prefeitura de Caxias também tem um caso nacional de corrupção na Lava-Jato. O empresário Joesley Batista afirmou à PGR que pagou R$ 6 milhões ao presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, a título de propina. Pereira era ministro da Indústria e Comércio Exterior do governo Temer. Em janeiro, pediu exoneração do cargo.
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