Em 1º de janeiro de 2017, Daniel Guerra (PRB) foi empossado prefeito de Caxias do Sul em cerimônia na Câmara de Vereadores e fez um discurso reforçando as promessas de campanha. Um ano após a posse, o Pioneiro confronta o primeiro discurso de Guerra como prefeito com aquilo que já fez neste ano inicial de mandato.
Guerra disse que voltaria os esforços para que não houvesse, principalmente, dificuldades aos moradores que precisam de atenção médica e educacional. "Reduzir a fila de espera nas especialidades, investir na prevenção e nos agendamentos, e ampliar o atendimento domiciliar são imperativos no campo da saúde atualmente", é um dos trechos do discurso.
Neste primeiro ano de governo, a lista, porém, aumentou. Passou de 25.298 em 2016 para 26.411, o que representa um aumento de 1.113. O maior aumento é em cirurgia vascular: 1.347 pessoas a mais aguardando na fila. Em contrapartida, o município zerou a lista de espera em consulta de planejamento familiar.
Conforme a secretária de Saúde, Deysi Piovesan, três fatores explicam o aumento da lista: maior demanda de pacientes do SUS, que antes usavam plano privado, greve dos médicos e saídas de profissionais de algumas especialidades, como proctologia e cirurgia vascular, que não foram ainda repostos.
Guerra falou em "ter nossas crianças bem cuidadas, com vagas garantidas na educação infantil". Na campanha publicitária de prestação de contas da prefeitura, foi divulgada a compra de 1,3 mil vagas neste ano. Mas somente 412 foram preenchidas. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, em 2016, a lista de espera por uma vaga era de mais de 6 mil crianças. Em 2017, a fila reduziu para cerca de 4 mil crianças. A explicação da assessoria é de que, além do preenchimento, a relação tinha, por exemplo, crianças que não necessitavam mais de vagas.
Em seu primeiro discurso, o prefeito também se comprometeu em buscar alternativas para garantir maior segurança à população. "Nesse sentido, uma das ações será o fortalecimento da Guarda Municipal", prometeu Guerra.
Conforme o chefe de Gabinete e titular interino da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Júlio César Freitas da Rosa, foram adquiridas neste ano 55 armas para a Guarda. Também foi comprada munição, além de equipamentos para conter situações de tumulto, como spray de pimenta.
Sessenta coletes dos 182 guardas municipais foram trocados. Foi realizado treinamento com os servidores e não houve restrição de hora-extra para os guardas. Júlio não soube informar o valor investido nessas ações, mas, segundo ele, o investimento total da secretaria foi, até esta sexta-feira, de R$ 26,5 milhões.
Guerra ressaltou a necessidade de diminuir gastos e prometeu enviar à Câmara projeto para extinção da verba de representação dos cargos em comissão, além de cortar pela metade as nomeações de CCs. A proposta encaminhada logo após a posse e votada e aprovada pelos vereadores em 4 de janeiro. Guerra não nomeou todos os CCs que tinha direito e enviou à Câmara os projetos para corte de cargos em comissão no dia 6 de dezembro. As propostas ainda não foram votadas pela Câmara.
Com a economia prevista com o corte da verba de representação e dos cargos em comissão, Guerra afirmou na posse que seria possível abrir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte. Pronta desde 2014, a UPA foi inaugurada em 20 de setembro deste ano. Ela tem custo de operação de R$ 1,8 milhão mensais.
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