1. O PREFEITO E O DIÁLOGO
Domingo, dia 2 de abril, o prefeito abriu as portas de seu gabinete a apoiadores. A mesma facilidade não existe para interlocutores e entidades da comunidade. Em fevereiro, a direção da UAB tentou audiência, mas, depois de muita espera, só foi recebida na antessala do gabinete. Em meio a impasses que prejudicaram o transporte coletivo e o atendimento médico, o prefeito não quis dialogar com a Visate, com os trabalhadores do transporte e com os médicos. A falta de diálogo é uma marca do Governo Guerra.
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2. CONTAS DA PREFEITURA
Guerra e o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) divergem. Às vésperas de assumir o cargo, Guerra declarou que Alceu estava deixando um “balaio de dívidas”. Alceu retrucou e disse que ninguém bateria na porta da prefeitura para cobrar “dívida liquidada”. Em 30 de março, o pedetista assinou balanço orçamentário de 2016, com superávit de R$ 53 milhões. O secretário da Fazenda, José Alfredo Duarte Filho, contestou os números. Para o Governo Guerra, a dívida da prefeitura é de R$ 32 milhões.
3. A NOVELA DO VICE
Em 6 de março, o vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (PRB) apresentou documento à Câmara e ao prefeito Guerra informando que renunciaria ao cargo às 23h59min do dia 31 de março. Dias depois, em 21 de março, Fabris comunicou à Câmara que desistia da renúncia. No dia 31, a prefeitura o notificou que o mandato estaria extinto a partir de 1º de abril. A defesa de Fabris ingressou com mandado de segurança. A liminar foi concedida pela Justiça em 5 de abril e Fabris manteve-se no cargo.
4. ÍNDIOS
No dia 21 de janeiro, o governo envolveu-se em polêmica com os índios. Índígenas que comercializavam produtos foram abordados durante uma ação da operação Centro Legal. Houve uso da força por parte da Guarda Municipal, o que motivou investigação do Ministério Público Federal. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara também se mobilizou e, em uma reunião na prefeitura, a administração se desculpou. Devolveu os materiais aos indígenas e permitiu que eles continuassem vendendo nas ruas.
5. FARMÁCIA DO IPAM
Em janeiro, veio à tona a informação de que as farmácias do Ipam, o Instituto de Previdência e Assistência Municipal, poderiam fechar. O Ministério Público apontou que a farmácia deveria ser transformada em companhia ou sociedade anônima, ou ser fechada. A possibilidade de encerramento da rede é encarada como mais viável pela equipe do instituto. Houve mobilização dos funcionários, que, em caso de fechamento das unidades, serão demitidos. A extinção das farmácias precisa passar pelo Legislativo.
6. CIDADE SEM TRANSPORTE
Caxias do Sul parou nos dias 21 e 22 de março. Durante 37 horas, os 343 ônibus do transporte coletivo urbano não deixaram a garagem da Visate. O motivo: a greve dos trabalhadores da concessionária, que não haviam recebido o dissídio da categoria. A Visate alegava que não tinha condições de cumprir com o reajuste devido à manutenção do valor da tarifa em R$ 3,40. O valor foi apontado pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transportes e o decreto, fixando a tarifa em R$ 3,40, assinado por Guerra.
7. SUS PARALISADO E PITO EM MÉDICO
Guerra cobrou o cumprimento do ponto biométrico para os médicos concursados. Até o ano passado, um acordo possibilitava que os médicos trocassem a disponibilidade do período integral por cotas de atendimento a pacientes. Revoltados, os médicos fizeram duas greves, totalizando oito dias parados. Um prejuízo à população, que deixou de ser atendida e teve que remarcar consultas. Fato inusitado foi à cobrança de Guerra, que ligou para um médico grevista e exigiu que ele voltasse ao trabalho.
8. RÉPLICA ESVAZIADA
Na segunda quinzena de março, empreendimentos que ocupam as casas da Réplica de Caxias, na Festa da Uva, receberam notificações para deixá-las em um prazo de 90 dias. Espaços tradicionais, como o Bodegão de Vivaldo Vargas da Silva e o Museu do Comércio, mantido pelo Sindilojas, serão desativados. Alguns empreendimentos começaram a deixar a Réplica ainda em março.
9. PATRIMÔNIO DA FESTA DA UVA
No começo de março, a Festa da Uva SA registrou ocorrência policial pelo sumiço de 397 objetos, entre eles, um trator, 12 espetos para churrasco, 68 cadeiras, um bicicletário e 126 potes para sobremesa. Na semana passada, a administração da Festa informou ter encontrado 80 dos 397 itens. Entre os objetos localizados, estão extintores de incêndio, mesas, um aparador de cerca viva e cerca de 50 aspersores, que estavam enterrados na cancha de rodeio do parque e serviam para irrigar a estrutura.
10. ATO DE APOIO
No domingo, dia 2 de abril, um ato em apoio ao prefeito Daniel Guerra reuniu, conforme a Guarda Municipal, cerca de 500 pessoas na Praça Dante Alighieri, entre elas, secretários, CCs e familiares do prefeito. Guerra convidou os participantes para uma visita ao Centro Administrativo. Aproximadamente 300 seguidores foram conhecer o gabinete e tirar selfies. O ato gerou questionamentos na Câmara, que aprovou pedido de informações à prefeitura sobre o uso da estrutura da administração na manifestação.
Governo Guerra
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A falta de diálogo com a Visate e os médicos e a crise de relacionamento com o vice Ricardo Fabris estão entre as principais confusões
Juliana Bevilaqua
Enviar emailAndré Tajes
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