O agricultor Velocino João Uez (PDT), 54 anos, obteve 3.145 votos e foi o oitavo vereador mais votado entre os 23 eleitos para compor a 17ª legislatura da Câmara de Vereadores. Ele aumentou em 88% o número de votos em comparação com o pleito de 2012 – quando conquistou 1.669 votos e ficou como terceiro suplente do partido. A votação de agora deixou Uez como o segundo mais votado entre os quatro eleitos por seu partido.
Representante da comunidade de Galópolis, o vereador quer se dedicar às principais demandas do interior: segurança, regularização fundiária e resposta diante da precariedade da telefonia e da internet. Ele também pretende lutar contra as novas regras do governo federal para a aposentadoria dos agricultores, que estabelecem a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.
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– Tenho muito mais medo no interior do que aqui na cidade. A gente tem que trabalhar em conjunto com os vereadores para buscar mais segurança para o interior.
Uez chama a atenção para outros dois problemas de Galópolis – a limpeza do Arroio Pinhal e a ocupação irregular no loteamento Altos de Galópolis, que tem 358 famílias cadastradas. Segundo ele, precisa haver o entendimento entre Estado, município e Ministério Público para a criação de um núcleo urbano naquela região.
– Minha bandeira número um é a agricultura, depois segurança e educação. São três metas fundamentais para qualquer vereador.
Na Câmara, Uez diz que ainda pretende trabalhar para a aprovação do projeto de lei que obriga servir suco de uva nas escolas municipais – uma solicitação do ex-vereador Raimundo Bampi (PSB). Também quer fortalecer a permanência do jovem agricultor no interior.
– Acho que o município pode contribuir mais com o colégio agrícola. Lá na frente vão sumir mais jovens do interior. Agora deu uma parada porque o desemprego está grande na cidade.
Da colônia para a cidade
Preocupado em dar educação para os dois filhos, Uez, que estudou até o 5º ano do ensino fundamental – deixou a propriedade da família na 4ª Légua, em Galópolis, para morar em São Pelegrino. Para manter a família, abriu um restaurante de 1999 a 2009. Neste período, o amigo e então secretário de Agricultura Nestor Pistorello frequentava o restaurante com outros políticos da cidade e foi quando iniciou os primeiros contatos com a política.
O forte envolvimento comunitário de Uez chamou a atenção de Edson Néspolo (PDT), então secretário do governo José Ivo Sartori (PMDB), que o convidou para organizar um evento de assinatura de ordem de início de asfaltamento. Em 2011, foi convidado a filiar-se no PDT e, no ano seguinte, a concorrer a vereador.
– O partido te enxerga se tu tens credibilidade com a tua comunidade. Foi uma novidade muito grande para mim porque não estava preparado para concorrer a vereador naquela época – confessa.
Sem conseguir se eleger, Uez recebeu o convite do ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) para assumir a subprefeitura de Galópolis e permaneceu na função durante quase todo o mandato.
– A comunidade dizia: se ele não ganhar como vereador, tem que trabalhar para a nossa comunidade. Entrei na vida pública pela comunidade e não pensando em mim.
Com mais experiência, o pedetista disse que, na última eleição, muitas pessoas o auxiliaram na campanha.
– Desta vez, as pessoas viram o potencial e a credibilidade do meu trabalho. Na eleição de 2012, não era conhecido e faltou experiência política para expandir mais a minha campanha.
Uez é casado com Fátima, 48 anos, e pai de Gabriel, 31, estudante de Sistemas da Informação, e de Priscila, 26, que estuda de Medicina em Passo Fundo.
Eleito vereador, Uez terá que adiar o sonho de retornar para a colônia de 12 hectares – onde produz uva, verduras e frutas, além de plantação de acácia e de eucalipto.
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André Tajes
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