A campanha eleitoral começa nesta terça-feira para os candidatos a prefeito e vereador. Será um período pré-eleitoral de muitas alterações visíveis para o eleitor, a principal delas, a redução do tempo para que os candidatos divulguem suas propostas e tentem conquistar o voto: serão 45 dias de campanha. E o horário eleitoral gratuito será ainda mais reduzido: ele só começa em 26 de agosto, com uma significativa redução de tempo.
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Uma mudança visual significativa é a restrição de tamanho de propaganda em bens particulares. É permitida apenas a utilização da peça em adesivo ou papel e o tamanho não poderá exceder meio metro. A medida é para diminuir a poluição visual.
Para o cientista político Rodrigo Giacomet, estas eleições têm quatro particularidades _ a redução do tempo de campanha do horário eleitoral gratuito, a restrição de doações de pessoas jurídicas, o limite de gastos e o reflexo que a crise econômica e a avaliação sobre os mandatos dos prefeitos que tentam a reeleição.
– A candidatura de sucessão é muito próxima à de reeleição. O candidato precisa defender o legado do gestor anterior e não pode fazer críticas à atual gestão.
Para Giacomet, essas medidas irão valorizar ainda mais o espaço dos candidatos na televisão e no rádio. Ele comenta que, nas eleições anteriores, os eleitores tinham interesse no início da propaganda em rádio e tevê para conhecer os candidatos e, no final, para decidir o voto.
– Agora, com a campanha curta, a tendência é de que os eleitores tenham muita atenção com os programas eleitorais.
O cientista político diz que, em geral, o eleitor não gosta de ouvir críticas – normalmente de candidatos que têm menos chance de vencer a eleição. Giacomet comenta que o eleitor prefere os candidatos propositivos e analisa aspectos como confiança, proatividade e a imagem do candidato.
– Ele (eleitor) avalia se confia ou não confia naquela pessoa, mais que as propostas. Os partidos devem utilizar mais frases de efeito, falar mais de valores, de conceitos do que de propostas – diz.
Segundo Giacomet, nesta eleição, os candidatos à reeleição terão uma dificuldade maior por dois motivos – as prefeituras sofrerão com a falta de recursos e a crise política chegou também nos prefeitos. Para o cientista político, o uso da internet torna a eleição mais democrática porque não há limite de tempo, e divide o mesmo espaço de atenção do eleitor que a televisão, o rádio e os meios impressos.
Porém, alerta para um erro que normalmente os candidatos cometem quando acham que as redes sociais substituem os instrumentos de pesquisa.
– Normalmente, se relacionam com os políticos o eleitor que é simpático a ele. É difícil o político perceber o contraditório nas redes sociais.
Conforme a juíza Maria Olivier, responsável pela propaganda eleitoral em Caxias no pleito deste ano, possíveis irregularidades serão analisadas pela Justiça a partir de denúncias do eleitorado e do Ministério Público Eleitoral.
– A fiscalização maior é do próprio eleitor – frisa.
A estrutura utilizada será a dos servidores da Justiça Eleitoral e de outros órgãos, se necessário. Algumas representações estão sendo analisadas atualmente e outras até já foram julgadas, mas Maria Olivier prefere não citar.
A juíza pede seriedade aos candidatos no cumprimento das regras, já que qualquer infração pode gerar multa e cassação de registro e mandato.
– A campanha deve ser feita dentro da lei, o que vai resultar no voto livre e consciente do eleitor – finaliza.
Propaganda gratuita em rádio e TV começa no dia 26
A propaganda dos candidatos a prefeito no rádio será transmitida das 7h às 7h10min e das 12h às 12h10min. Na televisão, será das 13h às 13h10min e das 20h30min às 20h40min.
Os candidatos a vereador terão as inserções veiculadas em tempos de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, na programação de rádio e TV entre 5h e 0h.