Mesmo sob risco de ser expulso do PDT, o senador Lasier Martins garante que votará pelo impeachment de Dilma Rousseff - o partido apoia a permanência da presidente e já iniciou o processo de expulsão dos seis deputados federais, o gaúcho Giovani Cherini entre eles, que votaram contra Dilma neste domingo.
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- Não estou ligando nem um pouquinho para a ameaça de expulsão. Quero ver se esse desastrado presidente do PDT, Carlos Lupi, vai expulsar seis deputados federais e um senador que o Rio Grande do Sul não tinha há 62 anos - diz.
O processo foi entregue pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tarde desta segunda-feira. A admissibilidade do processo no Senado será votada no mês de maio. Se aceito, o mérito será discutido por até seis meses, período pelo qual a presidente deverá ficar afastada do cargo. E o vice Michel Temer (PMDB-SP) assume interinamente.
Além de Lasier, outros dois senadores gaúchos estão entre os 81 que serão responsáveis pela análise do processo nos próximos meses: Ana Amélia Lemos (PP) e Paulo Paim (PT).
O Pioneiro conversou com Lasier nesta segunda-feira. Confira trechos da entrevista:
Qual sua avaliação sobre o resultado de domingo?
Entendo que tivemos uma decisão jurídica e uma política. Jurídica, porque encontro fundamento na Lei de Responsabilidade Fiscal, é uma falta não ter feito os repasses para o Banco do Brasil, Caixa Econômica e BRDE da verba do Tesouro, que ela reteve para pagar contas. Isto é improbidade administrativa, está previsto em lei que nasceu exatamente para limitar o poder do presidente da República, dos governadores, dos prefeitos. No aspecto político, foi com base na conivência com o superfaturamento na compra e construção das usinas de Belo Monte, Pasadena, Abreu e Lima. Ela era presidente do Conselho de Administração da Petrobras e foi omissa na roubalheira. Tentou prejudicar a Justiça quando tentou, às pressas, nomear Lula ministro. Ela tem essa relação incestuosa com empreiteiros presos, ela sabe que essas empreiteiras destinavam dinheiro superfaturado para o partido para se perpetuar. Sem falar no caos que ela levou a economia com recessão recorde, inflação, os 10 milhões de desempregados, o desprestígio internacional.
Como o senhor votará no Senado?
Há um ano eu sustento que o PDT tinha que sair do governo. Não estou ligando nem um pouquinho para a ameaça de expulsão. Quero ver se esse desastrado presidente do PDT, Carlos Lupi, se vai expulsar seis deputados federais e um senador que o Rio Grande do Sul não tinha há 62 anos. Alberto Pasqualini foi o último senador trabalhista que o RS teve. Mas se expulsar, saio de cabeça erguida, quero ser fiel aos meus princípios, aos meus valores, àquilo que eu pregava no rádio e na televisão, não ser conivente com a corrupção. Acho que ficaria um bom tempo sem partido. Em quatro meses, éramos seis e estamos virados em três senadores por causa desse presidente surpreendentemente conivente com a corrupção.
Agora é com o Senado
"Não estou ligando nem um pouquinho para ameaça de expulsão", diz Lasier Martins, favorável ao impeachment de Dilma
Senador do PDT corre o risco de ser expulso como os colegas deputados federais por apoiar saída da presidente
Juliana Bevilaqua
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