Articulado, ponderado e competente são adjetivos atribuídos por lideranças caxienses do PMDB ao vice-presidente Michel Temer, que ganha agora status bem diferente daquele de vice decorativo, como ele mesmo se descreveu em carta enviada à presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2015. Se aprovada a admissibilidade do processo de impeachment pelo Senado, Temer assume interinamente e pode se tornar o novo presidente do país.
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- É uma pessoa que escuta muito e fala pouco. É um gentleman, educadíssimo, um intelectual e, ao mesmo tempo, muito humilde. É um dos melhores juristas do país. É um político experimentado. É uma pessoa reservada. É um homem de ação - diz o deputado federal Mauro Pereira, que se aproximou de Temer no último ano, tendo viajado com o vice algumas vezes.
Vice-prefeito de Caxias do Sul, Antonio Feldmann, embora companheiro de partido, não tem tanta ligação com Temer. Esteve com ele quando acompanhou a comitiva da Festa da Uva em Brasília, em 2011. E lembra da atuação de Temer como presidente da Câmara - na época, Feldmann era assessor de José Ivo Sartori, então deputado. Uma das recordações é que foi Temer quem recebeu o pedido de impeachment do PT contra Fernando Henrique Cardoso.
- Ele nunca esteve na nossa lista de homens da cúpula do PMDB que nós sempre aqui condenamos, não pela pessoa, mas pela prática jurídica. Por exemplo, quem sempre deu vida e ar para que essas lideranças do PMDB nacional pudessem estar sobrevivendo politicamente foi o PT. Eu cito Renan Calheiros, Jader Barbalho, José Sarney. Esses que nós sempre combatemos - acrescenta Feldmann.
Crítico desde sempre da aliança PT-PMDB, o ex-senador Pedro Simon diz manter uma relação respeitosa com Temer. O considera um homem limpo e competente, mas não tem ligação direta com ele.
- Minha posição sempre foi de resistência ao MDB não ter candidato, não ter uma posição mais firme de combate à corrupção. Me dou bem (com Temer), a gente conversa, mas não sou da intimidade dele.
