Assessor da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, José Ferreira Machado renunciou ao cargo nesta quarta-feira. O advogado deixa a função no Legislativo caxiense uma semana após vereadores reclamarem em plenário que a Comissão, uma das mais importantes da Casa, estava sempre com as portas fechadas.
Machado trabalhava somente três vezes por semana e não cumpria a carga horária prevista, já que atua em escritório de advocacia. Procurado pela reportagem, Machado preferiu não falar sobre o assunto. Mas, durante a reunião da Comissão, afirmou que deixaria o cargo porque não pode permitir que a honra dele e a dignidade sejam manchadas e admitiu que não pode cumprir a carga horária. Machado ressaltou que tem qualificação e preparo para atender a comunidade na Comissão e pode, inclusive, realizar trabalho voluntário, mas que não voltará a receber salário. Ele, que era assessor padrão 6, recebia R$ 3.587,33 mensais, mais benefícios de cerca de R$ 500.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador João Carlos Virgili Costa (PDT), lamenta a saída do assessor. Ele afirma que mesmo sem cumprir a carga horária, o trabalho do advogado compensava as faltas na Casa. O presidente ressaltou que os conhecimentos jurídicos de Machado beneficiavam a comunidade que procura a Câmara. O vereador considerou que as faltas não prejudicavam o atendimento e que sempre irá ocorrer reclamação ou descontentamento por parte da comunidade.
A vereadora Denise Pêssoa (PT) reclamou durante grande expediente, na última semana, que não recebeu convocação para a reunião da Comissão de Direitos Humanos da Casa. O encontro que trataria da chegada de imigrantes senegaleses a Caxias foi cancelado por falta de quórum. A petista, no entanto, disse que não foi comunicada do encontro. Assim como Denise, o vereador Rafael Bueno (PCdoB) também demonstrou insatisfação com o serviço prestado pela Comissão ao público. Os parlamentares questionaram ainda a falta de atendimento ao público.