A Assembleia Legislativa deve retomar na próxima semana a discussão sobre uma lei que tramitou e foi aprovada pelos deputados estaduais no ano passado. A Lei 14.376, sancionada pelo governador Tarso Genro (PT) em 26 de dezembro de 2013, foi editada para regrar os planos de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) nas edificações e áreas de risco no Estado. No entanto, quase cinco meses após a vigência, a legislação ainda provoca entrave na liberação de alvarás dos bombeiros e uma crescente fila de espera por licenças para a abertura de novos estabelecimentos. Um estudo apontou que a maioria dos artigos da lei tem problemas. Em Caxias, as novas normas travaram a emissão de 1.117 alvarás de localização na prefeitura e fez o volume mensal de habite-se expedido cair de 90 mil m² para apenas 10 mil m² por mês.
Duas propostas que pretendem alterar a lei original tramitam atualmente na Assembleia. O Projeto de Lei Complementar 84/2014 foi encaminhado em regime de urgência pelo Governo do Estado para corrigir problemas na redação da lei e incluir novos artigos, além de permitir que servidores com curso de formação ou especialização de bombeiro possam emitir o alvará de PPCI, um dos maiores gargalos impostos pela nova lei. O projeto precisa ser votado até a próxima sexta-feira. Em Caxias, na semana passada, o governador do Estado, Tarso Genro,admitiu a necessidade de alterações na lei. Ele reconheceu que a lei foi votada em um momento de forte emoção para o Estado pela morte de 242 jovens no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria.
Os deputados estaduais de Caxias do Sul Maria Helena Sartori (PMDB), Marisa Formolo (PT) e Vinicius Ribeiro (PDT) protocolaram outro projeto de lei complementar para dar mais agilidade à tramitação dos alvarás. Ele altera a regulamentação dada por duas portarias dos bombeiros que exigem a tramitação de todo o PPCI impressa em papel. Com as emendas, apenas a expedição do alvará seria avaliada de forma física. Também há uma mudança proposta para esclarecer o conceito de prédio existente. Alguns comandos do Corpo de Bombeiros estão avaliando processos protocolados antes da publicação da lei de acordo com os novos parâmetros, o que tem gerado contratempos e prejuízos para quem busca o alvará.
Além dos dois movimentos legislativos, a comunidade também reagiu. Um grupo de sete entidades estaduais apresentou 13 propostas de emendas elaboradas a partir de um seminário realizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). As entidades contabilizaram problemas em 38 dos 59 artigos da matéria. Terça-feira pela manhã, na reunião dos líderes de bancadas, o presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossella (PDT), deverá apresentar todas as sugestões de alteração da lei, verificar se há novas propostas e tentar fechar um acordo de pauta mínima para que as mudanças sejam apreciadas em plenário.
Mudanças à vista
Novas regras para planos de prevenção de incêndio travam emissão de 1.117 alvarás de localização em Caxias do Sul
Problemas na lei aprovada em 2013 motivam nova discussão na Assembleia Legislativa na próxima semana
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