Além do reajuste para sete categorias aprovado na sessão de quinta-feira, tramitam na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul outros dois projetos que resultaram da negociação salarial do funcionalismo neste ano: a ampliação do número de passagens de ônibus e das licenças de servidores para atuarem no Sindiserv. Essa última é apontada como moeda de troca do Executivo para que o sindicato aceitasse o reajuste concedido aos médicos.
Em 2009, o Sindicato dos Médicos iniciou longa mobilização pelo reajuste de salário, intensificada em 2011 com uma greve que durou oito meses. Dois anos depois, o Sindiserv e a entidade de classe dos médicos iniciaram uma disputa travada na Justiça para decidir qual entidade poderia negociar o reajuste da categoria. O Sindiserv reclamava que qualquer aumento teria que ser repassado a todos os servidores. Neste ano, o Sindiserv foi reconhecido por decisão judicial como única entidade apta a negociar.
No entanto, o reajuste para os médicos aprovado ontem foi negociado pelo Sindicato Médico de Caxias do Sul, diretamente com o prefeito, sem a mediação do Sindiserv, segundo o presidente Marlonei Santos.
- Nunca tivemos relação com o Sindiserv e continuamos não tendo. Diz a prefeitura que eles estão concordando. Certamente, algum interesse tem. Pelos nossos lindos olhos azuis é que não foi. Só queremos que o dinheiro venha, não estamos procurando o pai da criança e nem vamos fazer DNA - diz Marlonei.
Já o presidente do Sindiserv, João Dorlan, afirma que o apoio de outras entidades é bem-vindo, mas que a proposta de reajuste para os médicos integra a campanha salarial do sindicato e segue o mesmo princípio do aumento para outras categorias: evitar que servidores com as mesmas atribuições recebam remunerações diferentes.
Negociação
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