Concebida com o objetivo de melhorar o rendimento escolar de crianças e adolescentes, a escola em tempo integral tem sido apontada pelos candidatos ao cargo de prefeito como prioridade em seus governos, caso eleitos em 7 de outubro. Dos 21 concorrentes ao posto de chefe do Executivo em seis municípios da região, ouvidos pelo Pioneiro para uma série de reportagens publicadas no início de julho, nove citaram a modalidade de ensino como uma das soluções para melhorar a educação na cidade. Em Caxias, a questão foi abordada por Alceu Barbosa Velho (PDT) e Milton Corlatti (DEM).
Veja o que pensam os candidatos:
Alceu Barbosa Velho (PDT)
O candidato pedetista esteve em escolas do Paraná e de São Paulo conhecendo escolas de tempo integral. Para ele, o modelo ideal engloba alunos de primeira à quinta série do ensino fundamental. A proposta é que o município implante o turno integral de forma contínua e progressiva a partir dos anos iniciais. Isso significa que alunos com idade entre quatro e nove anos de duas ou três escolas sejam incluídas num plano piloto, a ser expandido para o resto da rede de ensino municipal, seguindo as diretrizes do Plano Nacional da Educação.
Alceu acredita que a implantação do modelo contemplaria também outra demanda: a solução do déficit das vagas da educação infantil, que hoje atende crianças com até seis anos.
- Vai matar dois coelhos de uma cajadada só, porque eu penso que a creche fica para crianças de zero a três anos
Para Alceu, o financiamento do modelo depende do apoio do governo federal, além de contrapartidas municipais.
Milton Corlatti (DEM)
O plano de governo inclui o Programa de Educação Total (PET), que prevê aulas no turno inverso do currículo regular dentro dos eixos saúde, segurança, esporte, cultura e lazer, meio ambiente e inclusão da família no ambiente escolar.
A intenção é atingir alunos até a pré-adolescência. Daí em diante, Corlatti acredita que a sequência da proposta para adolescentes se dê através de cursos técnicos. Para pagar o projeto, o democrata também dependeria de financiamento dos governos federal e estadual, por meio de projetos de captação.
- O Ministério da Educação, vendo um projeto como esse, não deixaria de ser nosso parceiro - crê.
Assis Melo (PCdoB)
A proposta do comunista quer implantar atividades esportivas, culturais, de lazer e profissionalizantes para todos os alunos do ensino fundamental da rede municipal. Ele pretende fazer um levantamento de áreas públicas e particulares que possam sediar as atividades, para propor parcerias com a iniciativa privada. Para Assis, o pagamento do projeto não deve ser um problema para o município.
- Existem projetos do governo estadual e federal que podem ser implantados dentro dessa ideia. Não é um um custo tão elevado que não possa ser suportado pelo município - acredita.
Luís Fernando Possamai (PSOL)
O candidato ressalta que a proposta do plano de governo não quer manter o aluno em turno integral estudando na escola, mas proporcionar atividades esportivas e culturais para os alunos. A ideia de Possamai é ampla: inclui todos os estudantes das escolas do município, com possibilidade de ampliação para rede estadual e particular e da região. Segundo ele, a viabilização financeira do projeto depende de parcerias com entidades e faculdades, para contratar os profissionais que atuariam no projeto, além de recursos do orçamento do município e de eventuais verbas dos governos estadual e federal.
Marcos Daneluz (PT)
Não vamos fazer do tema nenhuma promessa vazia, como infelizmente tem acontecido nos últimos anos. Vamos, no primeiro momento, privilegiar a educação básica, valorizando os servidores da rede municipal e criando as melhores alternativas, discutindo com toda a rede. Não temos dúvida de que temos de avançar, por exemplo, naquilo que foi aprovado pela nossa presidenta, Dilma, que é a valorização do programa Mais Educação. As atividades complementares serão implementadas pela nossa gestão conforme as condições de cada escola. Na medida do possível, vamos avançar com passos concretos e com responsabilidade. Temos que evoluir, primeiramente, nas escolas que têm um turno só. A maioria delas já está ocupada nos dois turnos. É possível fazer com a verba federal que é disponibilizada, com contrapartida da prefeitura.