A Operação Vulneráveis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Polícia Civil (PC) na manhã desta quinta-feira (20), resultou na prisão de oito pessoas. Conforme o delegado Noerci da Silva Melo, da PF de Caxias do Sul, as prisões aconteceram em São Paulo. Uma mulher investigada está na Europa, possivelmente em Portugal, segundo o delegado.
O objetivo da operação foi desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra instituições financeiras, com base em São Paulo e atuação em diversos outros Estados, pelo menos, desde 2020. Cerca de 90 policiais federais e civis cumpriram os mandados de prisão, 21 mandados de busca e apreensão, nove mandados de sequestro de bens e seis ordens de colocação de tornozeleira eletrônica em São Paulo.
A Justiça determinou, ainda, o bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados e a arrecadação de outros bens que venham a ser identificados em poder do grupo criminoso.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de Viamão (RS), a investigação teve início em fevereiro de 2023, a partir do momento em que algumas ocorrências foram registradas em cidades como Viamão, São Leopoldo, Gravataí, Canoas, Gramado e Vacaria.
— Verificamos que a Polícia Federal também estava investigando o mesmo grupo. Começamos a perceber que esse grupo atuava em várias regiões, em ao menos oito Estados, onde agiram em várias agências bancárias e bancos privados. Essas pessoas atuavam em grupo para escolher as vítimas — relatou o titular da Draco.
O delegado Noerci da Silva Melo destacou que o nome da operação é em alusão ao modo como operava a organização criminosa.
— Chama atenção como esse grupo agia. Ele era composto por vários egressos do sistema prisional. Eles agiam na sala de autoatendimento das agências bancárias e se passavam por atendentes dos bancos. Normalmente, agiam entre quatro e cinco pessoas. Eles escolhiam as vítimas, normalmente idosos ou deficientes, e as atraiam até o terminal de autoatendimento. A vítima realizava a operação e eles faziam com que ela digitasse a senha no teclado. Outro integrante do grupo criminoso filmava o momento que a vítima digitava a senha. Depois trocavam o cartão das vítimas e faziam diversas operações — relata.
O número de vítimas ainda não foi apurado na investigação. Conforme a PF, os investigados responderão pelos crimes de furto qualificado, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.