Os sete jurados escolhidos para formar o conselho de sentença do julgamento de Anderson Batassini Lima, 41 anos, entenderam nesta quarta-feira (18) que ele não teve a intenção de matar um homem e deixar outro tetraplégico após um acidente de trânsito em Caxias do Sul. O caso aconteceu em 17 de novembro de 2010, na Perimetral Norte, no bairro São José.
Lima é acusado de matar Juliano Souza de Sene, 22 anos, e deixar Lucas Soares Alves, 37, tetraplégico. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), Lima conduzia uma Fiat Strada branca, por volta de 4h40min, pela Avenida Rubem Bento Alves, na contramão. O carro colidiu frontalmente com a moto Honda CG Titan onde estavam as vítimas.
Em depoimento, Lima afirmou que havia muita neblina no local e, por isso, não teria visto por onde trafegava. Na época, de acordo com entendimento da promotora de Justiça Sílvia Regina Becker Pinto, Lima assumiu o risco de causar o acidente quando dirigia a caminhonete na contramão, rente ao canteiro central e em alta velocidade.
No julgamento, os jurados analisaram as provas e desclassificaram a conduta de dolo eventual (quando não há intenção direta de causar a morte da vítima, mas assume o risco de produzir resultado ao realizar uma conduta perigosa).
Agora, o juiz analisará as penas na modalidade culposa (quando não há intenção) para os crimes de homicídio de trânsito e lesão corporal no trânsito - uma vez que Lima admitiu ter trafegado na contramão. Não há prazo para sentença. Lima respondeu a todo o processo em liberdade.
A defesa do acusado é feita pelos advogados Airton Barbosa de Almeida e Alceu Barbosa Velho. Os promotores que representam o MP são Luiz Carlos Prá e Ronaldo Lara Resende. Eles avaliam se haverá elementos para recurso.