Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Federal (PF) deflagrou, em Caxias do Sul, a Operação Templo Alto. Um mandado de prisão preventiva foi cumprido, além de dois mandados de busca e apreensão, contra uma organização criminosa que atuava no mercado financeiro.
A ação desta semana faz parte da Operação Lamanai, realizada em outubro de 2019, para desarticular uma organização criminosa sediada em São Leopoldo. Segundo a PF, o grupo criminoso prometia grandes rendimentos no mercado financeiro por meio da compra de criptomoedas e de movimentações no mercado cambial. Os suspeitos movimentaram, segundo a investigação, R$ 40 milhões.
Duas pessoas investigadas nesta fase adquiriram bens para lavagem de dinheiro, como uma propriedade em São Marcos no valor de R$ 2,5 milhões. Uma delas, Leidimar Bernardo Lopes, foi presa preventivamente nesta terça. Por meio de uma nota, a defesa de Lopes, assinada pela equipe do escritório Aury Lopes Jr e Gonzaga e Oliveira Advogados, afirma que "recebeu com surpresa o mandado de prisão" e que "ainda não tivemos acesso à íntegra da decisão, mas assim que obtivermos, ingressaremos com habeas corpus junto ao Tribunal Regional Federal para revogação da ordem de prisão".
Operação Lamanai foi deflagrada cinco estados
A Operação Lamanai, da Polícia Federal de Porto Alegre com apoio da Receita Federal, foi deflagrada no dia 17 de outubro de 2019. Na época foram cumpridos mandados em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Bragança Paulista (SP), Palmas (TO) e Brasília (DF).
A investigação apontou que uma organização criminosa, composta por oito pessoas, prometia aos investidores do mercado financeiro uma rentabilidade de 100% após seis meses de investimento. Essa negociação era feita de forma ilícita, já que a empresa não era registrada nos órgãos competentes. Os suspeitos já haviam sido notificados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas seguiram atuando. Ao longo da investigação foram descobertas outras ações ilícitas como a compra de moeda virtual para revenda no exterior, lavagem de dinheiros entre outros.