Três homens acusados de envolvimento em um duplo homicídio em Caxias do Sul foram absolvidos pelo Tribunal do Júri na terça-feira (8). O crime aconteceu em 2018, quando Francisco Silveira dos Santos, 41 anos, e Adilson Alves do Prado, 42, foram mortos no bairro Santa Fé. Segundo a investigação policial, eles não eram os alvos do ataque, mas foram alvejados da mesma forma. O Ministério Público (MP) apresentou recurso contra a decisão.
Leonardo de Oliveira Mendes, conhecido como Sequinho, era apontado como mandante do crime. Enquanto isso, Júlio César Borges Ramos, foi preso com uma das armas que a investigação apontou como sendo a mesma utilizada nos homicídios. Já Rodrigo dos Santos Teles havia sido reconhecido, conforme a denúncia do MP, como um dos atiradores. Contudo, durante o julgamento, os três réus foram absolvidos.
O crime
O duplo homicídio aconteceu em frente a uma oficina de bicicletas na Rua dos Canários, bairro Santa Fé, na madrugada do dia 4 de dezembro. Na época, segundo a denúncia, dois homens chegaram no endereço em um carro vermelho e chamaram pelos nomes de uma mulher e do pai dela. As duas vítimas, Prado e Santos, estavam na vizinhança e se aproximaram para entender o que estava acontecendo. Eles apontaram que pai e filha não estavam. Em resposta, os dois homens, segundo o MP, teriam declarado que "já que não achamos eles, vão vocês mesmos" e atiraram repetidamente contra a vítimas. Prado foi atingido por pelo menos 10 tiros. Santos foi baleado duas vezes.
Além do relato de testemunhas, uma prova decisiva para a denúncia dos três envolvidos foi a apreensão da arma utilizada no assassinato: uma pistola .40, de uso restrito, foi encontrada pela Brigada Militar no dia 28 de dezembro durante um flagrante de tráfico de drogas no bairro Santa Catarina. Na ocasião, Ramos foi preso com a namorada pelo crime. A pistola foi encaminhada para comparação balística no Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre, que comprovou a utilização no duplo homicídio.
Interrogado judicialmente, Ramos negou qualquer envolvimento com os assassinatos. O réu declarou que, na época, havia sofrido um acidente de moto e estava em recuperação. Sobre o veículo apreendido em sua garagem, respondeu que estava guardando para um "indivíduo" e que não sabia da existência da arma que foi encontrada dentro do carro.
O réu Teles também negou participação no duplo homicídio. Ele alegou não conhecer as vítimas e disse que estava na casa de uma ex-companheira no dia dos fatos.
O outro réu, Mendes, também negou envolvimento nos crimes. Ele relatou que estava preso desde 2015 e alegou não ter relação.
A reportagem está tentando contato com o advogado de defesa do trio que foi absolvido, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.