Um fato corriqueiro, com um desfecho diferente. Há anos, estabelecimentos de Caxias do Sul sofrem com pequenos furtos, geralmente praticados por usuários de drogas. Dessa vez, um policial de folga da Brigada Militar (BM) presenciou e evitou a tentativa de furto em uma farmácia do bairro Pio X. O fato aconteceu no início da tarde desta sexta-feira (5), quando uma mulher tentou fugir com três pacotes de fraldas do estabelecimento. Clientes perceberam o furto e o agente da BM correu atrás da suspeita, conseguindo detê-la.
O policial de folga, que prefere não ser identificado, comenta que é difícil presenciar cenas como essa, tanto no patrulhamento de rotina quanto em um momento de descanso. Porém, lembra que um policial está sempre preparado para servir a sociedade.
— É algo raro de acontecer. Mas, geralmente, entramos nos lugares e ficamos pensando se algo pode acontecer — relata o policial.
Segundo os PMs que atenderam a ocorrência, a suspeita teria dito, extraoficialmente, que é dependente química e tentou furtar as fraldas para trocar por drogas. O relato é um padrão neste combate diário aos pequenos delitos que incomodam lojistas e moradores da área central, principalmente, onde é comum a circulação de dependentes químicos. Os autores, geralmente, tentam furtar itens menores dos estabelecimentos e com fácil revenda. Muitas vezes, a ação pode passar despercebida.
— Levam de tudo para trocar. Os mais valiosos são os fios de cobre. Mas, nesse caso, foi uma típica ação pelo desespero (de saciar o vício) — explica outro policial militar, que foi acionado pelo colega de folga e ficou responsável por registrar a ocorrência.
Por mais comuns que sejam, os casos, geralmente, não são levados adiante. É comum o relato de empresários e funcionários que preferem não prestar queixa, seja pela insignificância do valor furtado, pela burocracia necessária na delegacia ou, simplesmente, por não acreditarem no sistema de Justiça. Dessa vez, foi diferente. Os representantes da farmácia decidiram ir até a delegacia. Questionados pela reportagem, os funcionários não quiseram se manifestar sobre ocorrido.
Já os vizinhos do estabelecimento relatam que presenciam com frequência esse tipo de situação. A perseguição desta sexta-feira, portanto, não foi surpreendente.
— De novo? Há uns 15 dias nos contaram que saiu uma pessoa com uma sacola com produtos roubados e ninguém conseguiu pegar. Eles (os suspeitos) sabem que não dá nada — afirmou um morador, que também pede para não ser identificado.