O vandalismo contra contêineres é um problema antigo em Caxias do Sul. Neste ano, já são 50 casos de incêndio que representam um prejuízo de mais de R$ 90 mil aos cofres da Companhia de Desenvolvimento de Caxias (Codeca), pois cada equipamento custa R$ 1,8 mil, em média.
Por isso, a prisão de um homem de 30 anos por atear fogo no equipamento na noite desta quarta-feira (6) não surpreende. Os detalhes do flagrante, contudo, evidenciam a petulância dos vândalos e a facilidade de praticar o crime. Medidas poderiam reduzir os prejuízos, como ter em funcionamento o videomonitoramento municipal.
O caso mais recente, assim como costuma ser com a maioria, aconteceu no centro da cidade. Os guardas municipais faziam ronda pela Rua Bento Gonçalves quando desconfiaram do comportamento de um pedestre. A equipe resolveu dar a volta na quadra e verificar. Foi quando os guardas avistaram o suspeito ateando fogo numa caixa de papelão e arremessando dentro do contêiner.
Esse tipo de flagrante é raro em Caxias. O próprio diretor da corporação, Alex Kulman, reconhece que essa foi a primeira vez que a Guarda conseguiu identificar e prender o autor desse tipo de crime.
— Essa foi a primeira prisão que a gente realizou, de estar no exato momento que a pessoa está realizando o ato. É como achar uma agulha no palheiro, passar e se deparar com aquela situação, é questão de segundos para atear fogo num objeto desses — diz Kulman.
O homem, que não teve a identidade divulgada, resistiu à prisão e feriu um dos guardas municipais. Ele foi preso em flagrante e autuado por dano ao patrimônio público, que tem pena prevista de seis meses a três anos de detenção. Segundo o boletim de ocorrência, o homem é uma pessoa em situação de rua. No momento da prisão, além dos fósforos, ele tinha uma pedra e um cachimbo de crack.
Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), os ataques a contêineres são mais comuns na área central, onde também estão a maioria das câmeras de videomonitoramento. Porém, menos da metade dos equipamentos transmitem imagens, o que dificulta a identificação dos autores. Um desses incêndios ganhou destaque porque foi na Rua Sinimbu, na quadra da Praça Dante Alighieri, quase em frente à Catedral Diocesana.
Como as câmeras são antigas, de tecnologia defasada e o convênio de manutenção expirou, a troca de todos equipamentos está prevista no projeto da prefeitura para cercamento eletrônico da cidade. A iniciativa esbarra na burocracia para licitação e não deve ocorrer em 2022.
No ano passado, o vandalismo destruiu 119 contêineres de plástico. Em 2020, foram 193 casos de incêndio. A tendência, pelos números do primeiro semestre, é que a redução de casos se mantenha em 2022, mas o prejuízo continua considerável aos cofres públicos.
Conforme a Codeca, as áreas com mais ocorrências são: Centro, São Pelegrino, Lourdes, seguido de Pio X e Sagrada Família. Há registros também no São Leopoldo, Cruzeiro, Bela Vista, Jardim América, Cristo Redentor, Universitário, Primeiro de Maio, Madureira e Panazzolo.