São pequenos furtos, mas com grandes transtornos para a comunidade. A reflexão do secretário de Segurança Pública de Caxias do Sul, Paulo Roberto Rosa da Silva, mostra a importância de se manter operações para lidar com os receptadores que estimulam ladrões a arrancar fios de cobre, canos de ar condicionado, hidrômetros, tampas de bueiro e até mesmo numerais de casas e prédios em troca de drogas ou dinheiro.
Em entrevista ao Gaúcha Hoje desta sexta-feira (18), o secretário frisou que as ações para coibir os furtos de metais em Caxias do Sul serão realizadas, principalmente, para identificar e responsabilizar os compradores.
Nesta semana, após o sino da comunidade de Santo Antônio da 7ª Légua ter sido furtado — a peça, trazida da Itália, pesava cerca de 150 quilos, e ficava junto à igreja — uma ação conjunta entre secretarias municipais do Meio Ambiente, do Urbanismo e de Segurança Pública e Proteção Social e Polícia Civil foi realizada. Seis estabelecimentos foram fiscalizados. Em um deles, no bairro Pio X, um homem foi preso por posse irregular de arma de fogo, mas nenhum item de metal foi encontrado durante a ação. Houve cinco notificações por falta de alvarás ou licença ambiental.
— Vamos continuar fazendo a identificação, quem são essas pessoas, chegar ao receptador, porque não existe esse tipo de furto se não tiver receptador que compre.
Segundo Rosa, esses crimes são praticados normalmente por usuários de drogas que furtam para sustentar o vício. No caso do sino, a diferença é que parece ter sido estudado já que a peça é grande e demanda uma infraestrutura dos envolvidos.
— Certamente, quem furtou esse sino fez um levantamento prévio e se programou — acredita.
O secretário também elenca que os furtos podem parecer de menor potencial ofensivo, mas os reflexos para a comunidade são enormes. Recentemente, duas escolas da cidade tiveram o início das aulas prejudicadas por causa de ladrões que levaram embora a fiação. Contudo, repor o material não é simples, pois é necessário abrir licitação quando o prédio é público, o que demanda mais tempo para normalizar a situação.
—Tem essa situação que é muita complexa. Vamos continuar com o objetivo de reduzirmos. A Guarda tem feito diversas prisões de pessoas furtando esse tipo de material, inclusive essa noite passada foi preso um elemento com pequenas partes de cobre junto ao Samu. Foi preso, conduzido à delegacia e ele mesmo já mencionava que o objetivo era vender e transformar isso em uma moeda, em dinheiro para adquirir drogas — exemplifica Paulo.
Diante da dificuldade em evitar os furtos e identificar os criminosos, Rosa pediu que a comunidade auxilie sempre que tiver qualquer tipo de informação. A orientação é acionar a Guarda Municipal pelo 153 ou a Brigada Militar pelo 190.
Questionado também sobre os furtos no prédio do módulo da BM desativado do bairro Cruzeiro, o secretário disse que não há efetivo suficiente da Guarda para ficar no local. Segundo ele, seriam necessários oito servidores para fazer o revezamento de escala. A expectativa é que o cercamento eletrônico, em processo de licitação, possa resolver o problema. Com uma central integrando as forças de segurança é possível fazer o monitoramento.
Confira a entrevista: