A Brigada Militar (BM) instaurou uma sindicância para apurar a conduta dos policiais que fizeram uma prisão no bairro Reolon, em Caxias do Sul, no último sábado (29). O chamado foi em razão de um suspeito de atos obscenos, contudo no local houve um desentendimento entre um policial militar e um bombeiro da reserva, que acabou detido por resistência, desobediência e ameaça contra os PMs. O caso ganhou repercussão nas redes sociais onde vídeos gravados por moradores foram divulgados.
As imagens mostram uma situação de conflito entre o policial militar tentando algemar o bombeiro da reserva, que resiste e tenta argumentar. O vídeo tem dois minutos e, conforme o tempo passa, o PM utiliza mais a força até algemar o bombeiro.
Conforme o boletim de ocorrência, a versão dos policiais militares é que, ao chegarem no local, o homem estaria alterado com a demora da BM, teria ofendido a equipe policial e teria evitado que os PM se aproximassem do suspeito. Diante destas atitudes, foi dada a voz de prisão. Segundo os PMs, somente após esta ordem de prisão que o homem se identificou como bombeiro da reserva.
No vídeo, os moradores próximos reclamam da truculência policial e por estarem prendendo a pessoa errada. Após a autuação na delegacia, o bombeiro foi liberado. Segundo a BM, ele procurou o Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO Serra) nesta segunda-feira (21) para relatar a sua versão dos fatos.
Sobre a sindicância, o subcomandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), major Wagner Carvalho, afirma que é um procedimentos padrão quando acontece alguma reclamação sobre a atuação policial:
- Iremos ouvir todas as partes e os envolvidos. Neste momento, não podemos emitir qualquer juízo de valor. Os vídeos (que circulam nas redes sociais) também serão analisados na sindicância.
Sobre a ocorrência inicial, de que um homem estaria mostrando suas genitais para crianças em via pública, o major Carvalho informa que o suspeito foi encontrado com diversas lesões. O relato é que ele foi espancado por populares, mas os agressores não foram identificados. Como nenhuma vítima ou testemunha aceitou ir na delegacia relatar os fatos, a única ocorrência registrada foi das lesões corporais que o suspeito sofreu e, assim, sem provas, ele foi liberado.