Dois anos após o crime, o réu confesso José Waldemar Engelmam, 64 anos, foi condenado a 17 anos de prisão por ter matado a ex-mulher Ereni dos Santos, 42, em Caxias do Sul. A vítima possuía medida protetiva contra o autor na época do feminicídio. O júri aconteceu na segunda-feira (13).
A funcionária pública municipal foi assassinada no dia 11 de novembro de 2019, dentro do próprio carro, no bairro Desvio Rizzo. O ex-marido sempre foi o principal suspeito do crime. Uma semana após o crime, Engelmam se apresentou à Polícia Civil, prestou depoimento e foi preso preventivamente.
Ereni possuía medida protetiva contra o ex-marido desde 24 de abril de 2018, após alegar sofrer ameaças. Em 27 de maio de 2019, a medida protetiva foi prorrogada.
Na confissão à Polícia Civil, Engelmam admitiu que, por vezes, buscava e entregava os dois filhos para a ex-esposa, desrespeitando a medida protetiva. O investigado argumentou que estava com dificuldades para dormir e que chorava, com saudade da família.
O estopim para o crime teria sido uma audiência de conciliação na Vara de Família, no dia do feminicídio. O processo abordava o reconhecimento da união estável do casal, a guarda dos dois filhos e a partilha de bens. Após o encontro, Engelmam perambulou pela cidade até que avistou o carro da ex-esposa no bairro Desvio Rizzo.
O homem confessou que colidiu sua caminhonete Blazer contra a traseira do Ônix da ex-esposa e que "surtou": desceu do automóvel e atirou contra a mulher. Ereni foi atingida por cinco tiros e morreu no local.
A arma utilizada, segundo o depoimento, foi adquirida há mais de 20 anos e sempre ficava na caminhonete de Engelmam. Ele relatou à polícia que tentou o suicídio após o feminicídio, mas o revólver já estava sem munição. O investigado também contou que abandonou a caminhonete e a arma após o crime.