O Instituto-Geral de Perícias (IGP) procura por familiares de três homens que morreram em Caxias do Sul nos últimos meses. Os corpos são mantidos no Posto Médico-Legal (PML) enquanto os peritos e a Polícia Civil tentam contato com parentes. Caso nenhum representante apareça, eles poderão ser doados para estudos anatômicos na Universidade de Caxias do Sul (UCS) ou enterrados em cemitérios da cidade.
O caso mais antigo é de Antônio Ferra dos Santos, 68 anos, natural de Taquara, que está no PML desde 16 de dezembro de 2020. Ele morava na Rua Coronel Camisão, no Centro, e foi encontrado caído dentro de casa por um conhecido e pelo dono do imóvel. Acionado, o Samu constatou o óbito.
Não foi possível determinar a causa da morte, mas a análise da polícia e os peritos descartaram um possível crime ou violência. Sem encontrar telefones de familiares, o corpo de Santos vem sendo mantido no PML.
Os outros dois casos são desse segundo semestre. O corpo de João Luiz Farias, 57 anos, deu entrada no DML no dia 6 de agosto vindo do Hospital Pompéia. Ele era natural de Erval Seco, no norte do Estado, e o último endereço dele que consta no sistema de consulta pública é Vacaria. A causa da morte, segundo a necropsia, foi uma hemorragia digestiva alta.
Como nenhum familiar foi encontrado pela equipe do hospital, o falecimento foi registrado em um boletim de ocorrência.
— A Polícia Civil é quem faz essa procura por familiares, afinal tem mais meios. Claro, estamos à disposição e as famílias podem nos procurar diretamente. É uma situação que acontece de tempos em tempos e, quando não temos contatos, sempre procuramos divulgar nos meios de comunicação para tentarmos encontrar as famílias — explica Airton Kraemer, coordenador do IGP na Serra.
O caso mais recente é de Carlos Roberto de Oliveira, 55, que foi encaminhado para o PML no dia 26 de outubro. Oliveira havia sido foi socorrido pelo Samu na Rua Armando Salvador, próximo ao prédio dos bombeiros no bairro Desvio Rizzo. Segundo os profissionais de saúde, ele estava em situação de rua.
O paciente não tinha documentos e foi encaminhado para a UPA Central, onde informou nome e idade, mas não foi possível encontrar registros dele no sistema de saúde.
A causa da morte ficou indeterminada. Segundo o IGP, a morte não foi violenta e, provavelmente, foi resultado de uma doença pré-existente.
Oliveira era natural de Vacaria e foi identificado graças ao exame papiloscópio, que faz a comparação de digitais. Ele não tinha endereço registrado no sistema de consultas.
Quem tiver informações sobre familiares desses homens ou quiser tirar dúvidas pode entrar em contato com o PML pelo telefone (54) 3212-3007. O serviço em Caxias do Sul fica na Rua Quintino Bocaiúva, no bairro Petrópolis, atrás do bloco S da UCS.