Em menos de quatro dias, a Polícia Civil esclareceu o ataque a uma residência que matou uma criança de 10 anos, em Caxias do Sul, na última sexta-feira (18). O alvo dos criminosos era o pai do menino João Vitor Antônio Gonçalves da Silva, que, segundo a polícia, tinha uma desavença e era ameaçado por membros de uma facção. Dois suspeitos, de 40 e 23 anos, foram presos temporariamente nesta segunda-feira (21).
— Foi um pronta resposta da Polícia Civil porque é inaceitável uma criança ser morta — declarou o delegado Caio Fernandes, da Delegacia de Homicídios.
Os dois presos foram reconhecidos por testemunhas como autores dos tiros contra a moradia da Rua São João, no bairro Monte Carmelo. No dia do crime, eles teriam desembarcado de um Gol branco e estavam acompanhados de um terceiro atirador, que ainda não foi identificado pela investigação.
Segundo o relato da ocorrência, o trio criminoso estava vestido com camisetas da Polícia Civil e pretendia invadir a moradia, mas não conseguiu arrombar o portão. Ao perceber que uma das janelas abriu, os três bandidos efetuaram mais de 10 tiros contra a residência. João Vitor Antônio Gonçalves da Silva, 10, que adormeceu na sala onde assistia televisão com a família, foi atingido por três disparos e morreu. O pai dele e um irmão de 13 anos também foram baleados, mas foram socorridos e já receberam alta médica.
Em depoimento à Polícia Civil, o patriarca da família relatou que era ameaçado desde a época que um dos suspeitos estava preso. A Delegacia de Homicídios confirma que o pai de João Vitor possui antecedentes criminais, mas não divulga detalhes porque nesta ocorrência ele aparece como vítima.
As investigações prosseguem para identificar o terceiro atirador, além de encontrar as armas e o Gol branco utilizado no ataque. A prisão temporária tem prazo de 30 dias, período que será utilizado pela Delegacia de Homicídios para esclarecer todas as circunstâncias do ataque criminoso.
Qual foi a motivação dos tiros contra a casa de madeira?
Segundo a investigação, o alvo do ataque era o patriarca da família, pai do menino morto. O homem de 47 anos possui antecedentes criminais. Ele se envolveu com membros de facção, teve uma desavença e passou a ser ameaçado. O seu rival estava recolhido no sistema penitenciário, mas continuava realizando ameaças de morte. Em liberdade, o membro de facção liderou o ataque de sexta-feira passada.
Quem são os investigados?
Os dois suspeitos presos temporariamente são um homem de 40 anos e outro de 23 anos. Ambos são moradores do bairro Salgado Filho e possuem antecedentes criminais. Eles negaram envolvimento no ataque, mas o mais novo admitiu que possuía uma desavença antiga com o morador do bairro Monte Carmelo. Segundo a Delegacia de Homicídios, este investigado é membro de uma facção criminosa e esteve recolhido ao sistema penitenciário recentemente.
A casa atacada era um ponto de venda de drogas?
A Polícia Civil descarta que o crime tenha relação com o tráfico de drogas. Esta hipótese inicial surgiu pelo modo que foi feito o ataque — grupo armado, com camisetas da Polícia Civil e diversos tiros sem distinguir as pessoas que podem estar na residência atacada —, que é típico das disputas de facção. Este envolvimento de crime organizado se confirmou pela identificação dos autores, mas a relação com o tráfico de drogas foi descartada.
Quem tiver informações relacionadas a este ou outros crimes de assassinato pode denunciar diretamente à Delegacia de Homicídios pelo aplicativo WhatsApp no número (54) 98414-9840. Não é preciso se identificar.