O confronto com sete criminosos mortos em Paraí, na madrugada desta sexta-feira (6), foi o terceiro ataque a banco na Serra neste ano. Os outros crimes aconteceram em Caxias do Sul no dia 8 de fevereiro, e Garibaldi, no dia 19 de fevereiro, mas tiveram menos violência: em ambos foram utilizados maçaricos para arrombar caixas eletrônicos e os bandidos conseguiram fugir antes da chegada policial. Em Paraí, os criminosos planejavam utilizar explosivos contra os terminais, mas foram surpreendidos pela Brigada Militar (BM), que possuía informações sobre o ataque e monitorava a região.
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O último ataque com explosivos na Serra aconteceu em outubro de 2019 contra caixas eletrônicos de uma empresa em Serafina Corrêa. No dia 1°, por volta das 3h, um grupo, armado e encapuzado, invadiu a empresa que fica na área central. Os assaltantes renderam dois vigilantes na guarita de acesso à empresa e os mantiveram detidos até que terminasse o assalto. Enquanto isso, dois dos criminosos se dirigiram até os caixas e explodiram um dos equipamentos.
Para lembrar o último confronto na região do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) da Serra é preciso voltar para dezembro de 2018, quando uma quadrilha assaltou duas agências bancárias e fugiu levando um gerente do Banco do Brasil de Ibiraiaras. Na ocasião, o refém e seis assaltantes morreram no tiroteio.
Dois dos assaltantes eram de Caxias do Sul. Um deles era Maicon Rafael da Silva, o "Guela", que estava em prisão domiciliar. Ele possuía dois antecedentes por roubo a lotéricas, dois por roubo a residências, um por roubo de carro, além de porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. O outro era Moisés da Silva, conhecido como "Doente", também em prisão domiciliar. Segundo a BM, ele havia fugido seis vezes após ser preso e possuía antecedentes por roubo a comércio e roubo a um cartório de registro de imóveis, além de porte de arma.
— O crime, às vezes, é cíclico. Pode ser que tenha ocorrido alguma liberação (do presídio) de um delinquente com esse perfil. Mas eles não têm tido sorte graças ao trabalho de prevenção a esses crimes — salienta o tenente-coronel Glauco Braga, comandante do CRPO Serra.
Paraí não era alvo de ladrões de banco desde 2013, quando uma agência do Banrisul foi atacada. Na época, o criminoso utilizou um maçarico e não houve feridos.