Um ano e dez meses após o crime, Vilmar Novello, 55 anos, irá a júri em São Marcos acusado do assassinato do irmão, Danillo Novello, 50. O crime aconteceu no salão paroquial da Comunidade Santa Catarina, na localidade de Pedras Brancas, na tarde de 21 de janeiro de 2018. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o homicídio foi motivado por desavenças familiares e disputas de terra. O julgamento se inicia às 9h30min desta sexta-feira (22) no fórum.
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Na dia do assassinato, o salão paroquial recebia dois eventos: um jogo de cartas e um chá de fraldas. Segundo a denúncia, Danillo foi alvejado por seis tiros pelas costas enquanto jogava cartas com um grupo de pessoas. O MP ressaltou que o ataque resultou em perigo comum, tendo em vista o número de pessoas que se encontravam no salão.
Durante o processo, a defesa técnica de Vilmar alegou que a prova produzida era frágil e baseada somente nos depoimentos do filho e conhecidos da vítima. O réu afirma que agiu em legítima defesa, pois teria sido provocado e teria visto que Danillo portava uma faca.
Após a sentença de pronúncia, Vilmar foi autorizado a responder ao processo em liberdade pois, segundo a decisão, o réu não era adepto à prática criminosa e possuía residência fixa e emprego lícito. Na ocasião, a magistrada Ana Paula Della Latta aplicou medidas cautelares, como a proibição de se aproximar dos familiares da vítima, de frequentar bares e de se ausentar da cidade.
Esta liberdade do acusado foi o que mais incomodou a família de Danillo.
— Espero que, finalmente, a justiça seja feita. Somos vizinhos dele e ele continua solto. Ficou apenas três meses na cadeia. Teoricamente, está em prisão domiciliar (medidas cautelares), mas toda hora é visto nos bares da região. Um caso desse, com uma morte covarde pelas costas, deveria ter ficado preso — reclama Dener Novello, 24 anos, filho da vítima.
Caso condenado conforme a denúncia do MP, a pena prevista para homicídio qualificado varia entre 12 e 30 anos.