Preocupados com um colega baleado e outro desaparecido, motoristas de aplicativo de carona realizaram, na tarde desta segunda-feira (30), uma carreata pedindo mais segurança em Caxias do Sul. Os relatos de assaltos estão cada vez mais comuns e os condutores pedem respostas das forças policiais e das empresas responsáveis pelos aplicativos.
Um dos últimos casos de violência ocorreu com Volmir Roque Luz dos Santos, 24 anos, que foi baleado na cabeça na última quarta-feira (25). Conforme o registro inicial, a vítima foi levada por populares ao hospital e não foi informado o local do crime.
Segundo amigos e colegas, ele apresentou melhoras, mas continua sedado e em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Caxias. A tentativa de latrocínio (roubo com morte) é tratada com prioridade pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
O outro caso que preocupa os motoristas de aplicativo é o de Mateus Pereira de Campos, 33 anos. Ele desapareceu no sábado (28), quando supostamente saiu de casa para atender uma corrida. O veículo March dele foi encontrado incendiado às margens da BR-116, entre Campestre da Serra e Vacaria. A ocorrência do desaparecimento foi registrada no momento da localização do carro, por isso a investigação está com a Polícia Civil de Campestre da Serra.
— São dois casos distintos. Este do motorista baleado está conosco (da Draco), porque é um assalto. É um caso que está praticamente esclarecido, mas prefiro não me manifestar para não prejudicar as investigações — afirma o delegado Adriano Linhares.
A mobilização dos motoristas de aplicativos se iniciou por volta das 14h nos pavilhões da Festa da Uva e seguiu para a área central. Os motoristas fizeram carreta pelas principais vias e terminaram seu protesto em frente ao Ministério Público (MP), no bairro Exposição. No local, permaneceram até às 17h30min e tentaram uma reunião com o promotor. No entanto, não conseguiram.
— É uma carreata pela segurança do nosso trabalho. Com a ajuda de todos, iremos mostrar que precisamos de atenção. São cada vez mais notícias de colegas assaltados e agora temos estes dois casos graves — reclama Maikel Borba, participante do protesto.
A Polícia Civil, no entanto, afirma que não há uma relação entre os casos citados.