Quase dois anos após o crime, Ana Paula Marim Bitencourt, 34 anos, irá a júri em Bento Gonçalves pelo assassinato da irmã Aparecida de Fátima Marim Bitencourt, 44. As duas compartilhavam um apartamento no bairro São Francisco e, segundo a investigação policial, teriam discutido por questões familiares antes do crime. Aparecida foi morta por asfixia e atingida por inúmeros golpes de faca. Ana Paula é acusada de homicídio qualificado por meio cruel e estava recolhida preventivamente na Presídio Estadual de Lajeado. O Tribunal do Júri ocorre nesta quinta-feira (11).
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O crime aconteceu no dia 2 de agosto de 2017. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), Ana Paula estava morando há poucos meses na residência da irmã e, após desentendimentos, asfixiou Aparecida e a atacou com inúmeros golpes de faca no peito. Para despistar vizinhos que ouviram gritos de socorro, Ana Paula se passou pela irmã e impediu a entrada de policiais militares.
No dia seguinte ao crime, a denunciada novamente se passou pela irmã e utilizou o celular de Aparecida para mandar mensagens ao síndico do prédio, pedindo desculpas pelo tumulto da noite anterior, e para a empregadora da vítima, dizendo que não poderia trabalhar como cuidadora de idosas naquele final de semana.
Na época do crime, Ana Paula confessou o homicídio à Polícia Civil. Em seu depoimento em juízo, contudo, a ré negou a autoria. Porém, ela referiu que, por vezes, tinha surtos e "saia de si".
— Talvez eu até possa fazer uma coisa que depois eu não lembre mais — afirmou a ré na ocasião, que também admitiu ter discutido com a vítima em outro dia, sobre questões familiares, porque "estava tentando ajudá-la".