Após a região da Estação Férrea, no bairro São Pelegrino, novamente ser palco de mais um capítulo de baderna e violência envolvendo aglomerações de grupos de jovens em Caxias do Sul, na noite de domingo (27), o 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) afirma que não possui efetivo suficiente para dar conta de ações permanentes de segurança no entorno do local, que concentra diversos tipos de bares e atrações culturais.
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Para o comandante interino do 12º BPM, major Emerson Ubirajara Rodrigues, no momento em que foi registrada a baderna, o efetivo estava realizando operação de segurança no jogo entre Caxias e Avenida, pelo Campeonato Gaúcho.
— Temos outras demandas para combater em uma cidade com mais de 500 mil habitantes como Caxias do Sul. Nos finais de semanas acontecem os homicídios, abordagens em bares, e direcionamos a fiscalização para o comércio para que os proprietários não sejam assaltados. A nossa atenção não pode ficar permanentemente focada somente na Estação. Agora, com a Festa da Uva e o Carnaval, essa impossibilidade vai se intensificar cada vez mais - destaca o comandante.
Para Ubirajara, é preciso que o poder público coloque em prática o projeto de revitalização do espaço para que, segundo ele, a Brigada Militar não fique “apagando incêndios” quando acontecem situações similares. De acordo com Ubirajara, somente a ação repressiva na Estação Férrea não é suficiente para evitar que episódios de violência se repitam, uma vez que é preciso que área como um todo seja revitalizada e receba dispositivos para reforçar as condições de segurança, além da presença de policiais militares para coibir tumultos:
— Nós temos de tornar aquele local um ambiente que não seja atrativo para o desordeiro. Claro que vamos continuar fazendo as operações que vínhamos fazendo, mas é preciso que ali tenham câmeras de segurança e iluminação, porque muitas pessoas usam do anonimato para consumir álcool e drogas e praticar outros tipos de delitos.
Segundo a prefeitura, a revitalização da Estação está prevista para ser entregue neste ano e prevê ampliação da área de circulação, construção de um palco coberto, mirante, instalação de câmeras e aumento de calçadas, com a retirada do estacionamento. Além disso, prédios antigos que hoje estão ociosos - como o armazém junto à Rua Augusto Pestana - serão recuperados e vão sediar atividades de cultura, lazer, turismo e segurança. A obra deve custar em torno de R$ 1 milhão.