Juliano Vieira Pimentel de Souza, 32 anos, autor confesso do rapto, estupro e assassinato de Naiara Soares Gomes, sete anos, ocorrido no dia 9 de março, voltou a Caxias do Sul nesta quinta-feira para participar de uma audiência. Desta vez, foi ouvido sobre outro crime sexual ocorrido em outubro do ano passado. Como o caso corre em segredo de Justiça, a imprensa não pôde acompanhar o procedimento.
Leia mais:
Caso Naiara: em audiência, autor confesso do crime opta por ficar calado
"A gente não está a favor dele", diz irmã de homem que confessou morte de Naiara
Como a polícia chegou ao suspeito de ter raptado Naiara
Vídeo: O que mostram as câmeras do caminho onde menina desapareceu em Caxias
Este crime teve um início semelhante ao do caso Naiara: a vítima foi uma menina da mesma faixa etária, raptada em via pública quando caminhava para a escola. A diferença é que criança foi solta horas depois, em outra parte da cidade, após sofrer o abuso. Na época, a Polícia Civil chegou a divulgar um retrato falado do estuprador. A autoria, contudo, só foi esclarecida durante a investigação do desaparecimento de Naiara. A reunião dos fatos dos dois crimes conduziu a investigação até a prisão preventiva de Souza.
É a primeira audiência deste processo que tramita na 3ª Vara Criminal e, como não envolve morte, não deverá ir a júri popular. A sessão foi conduzida pelo juiz Rudolf Carlos Reitz. A acusação coube ao promotor Belmiro Pedro Welter.
Souza está recolhido no isolamento da Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2) desde sua prisão, em 21 de março.
Decisão sobre júri aguarda recurso da defesa
Quando esteve em Caxias para a primeira audiência do caso Naiara, em 2 de agosto, Souza optou por permanecer em silêncio. Duas semanas depois, foi oficializada a acusação por estupro de vulnerável, homicídio qualificado por meio cruel, recurso que torna impossível a defesa da vítima e meio para assegurar a execução de outro crime, além de ocultação de cadáver. Caso condenado pelos três crimes, a pena prevista varia de 21 a 38 anos de reclusão. A defesa recorreu da sentença de pronúncia (que leva o caso a júri popular) e, hoje, o processo está em análise na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre. A última movimentação do caso ocorreu dia 1º de outubro.
Segredo de justiça
Os atos processuais, em regra, são públicos, mas alguns processos são determinados por lei para que tramitem em segredo de Justiça. É o caso de crimes sexuais e que envolvem menores de idade. Desta forma, as informações sobre o andamento do caso Naiara e deste segundo processo por estupro estão limitados às partes envolvidas acusação e defesa.