Um caso de maus tratos de uma criança de dois anos na Escola de Educação Infantil Vovó Maria, de Caxias do Sul, será investigado pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA). O pai do menino registrou o boletim de ocorrência na tarde de quarta-feira, com base em vídeos encaminhados por um aplicativo de conversa. A professora foi demitida.
Nas imagens que o pai teve acesso, encaminhadas por conhecidos e descritas no boletim de ocorrência, a criança está entre as pernas de uma mulher e chora, "tapando a boca, com medo". No segundo vídeo, a criança chora e está com um rolo de papel na boca, supostamente utilizado pela professora para que ela parasse de chorar.
O vídeo teria sido gravado por outra professora, que discordava do comportamento da colega com as crianças e não trabalha mais no local. O Pioneiro viu as imagens, mas não obteve para divulgação. Não há informações, por enquanto, de quando se iniciaram os maus tratos ao menino e da data de gravação das imagens. Na ocorrência, consta a data de 3 de setembro.
O delegado Caio Márcio Fernandes, responsável pelo caso, afirma que ainda não teve acesso à ocorrência, mas que será aberto um procedimento de investigação e, após, serão ouvidas as pessoas envolvidas.
Conforme a Secretaria Municipal da Educação (Smed), a pasta tomou conhecimento do caso no dia 17, quando foi encaminhada a demissão da professora. Ela foi afastada definitivamente das funções nesta quinta-feira. A secretaria não confirma o nome da suspeita.
A gestão da escolinha é compartilhada com o Centro Filantrópico de Assistência Social Charles Leonard Simon Lundgren, que é responsável pela contratação dos funcionários.
— Entendemos que é um fato lamentável para a educação e já tomamos as medidas cabíveis para o desligamento da funcionária. Não tínhamos nenhuma reclamação. Foi algo que nos surpreendeu — diz a supervisora administrativa do Centro Filantrópico, Maristela Carneiro.
Na escola, o comportamento da professora também era desconhecido da direção:
— Pelo acompanhamento que se tinha pela profe, foi realmente uma surpresa. Era uma coisa que não se tinha conhecimento. Ficamos chocados, infelizmente. Hoje (quinta-feira) ela já não veio e não faz mais parte da nossa equipe — reforça a diretora da escolinha, Bartira Bender.
O Pioneiro ainda não conseguiu conversar com os pais ou com a professora suspeita de maltratar a criança.
Em nota, a Smed ressaltou que:
A Smed, a coordenação da Escola e o Centro Filantrópico de Assistência Social Charles Leonard Simon Lundgren, entidade da Gestão Compartilhada, através do Serviço de Psicologia, acompanham o caso, oferecendo suporte à criança, a fim de garantir seu bem-estar, e total apoio à família. Além disso, uma intervenção com o coletivo de professores está marcada para esta sexta-feira, no intuito de retomar as responsabilidades acerca da garantia dos diretos da criança, previstos desde a Constituição Federal de 1988.
A diretora pedagógica da Smed, Flavia Basso Morés, lamenta pelo acontecido. “Mesmo estando sempre atentos a todas as movimentações dentro das escolas, compartilhando os cuidados com as equipes das entidades, sentimos muito que pessoas que devem justamente zelar pelo bem-estar físico e emocional das crianças, tenham esse tipo de atitude.”