No mesmo dia em que a Rede Murialdo de Educação pediu desculpas à comunidade pelo constrangimento causado diante do envolvimento do padre Evair Heerdt Michels, 46 anos, numa investigação federal sobre pornografia infantil, o Instituto Leonardo Murialdo (Ilem) comunicou a exclusão do religioso do quadro de sócios. O Ilem é a entidade mantenedora dos colégios e da faculdade da Rede Murialdo, entre outros serviços. Por ser uma entidade civil de fins filantrópicos, reúne no quadro de sócios todos os padres da congregação Josefinos de Murialdo. Os sacerdotes têm poder de decisão e são designados para administrar os negócios do instituto.
Com a expulsão, Michels não poderá mais assumir cargo de gestão ou exercer atividades no Ilem. O investigado já havia sido diretor de colégios em Caxias do Sul e em Porto Alegre, funções que deixou de cumprir no ano passado, quando a Polícia Federal (PF) apreendeu fotos e vídeos pornográficos de crianças no computador usado por Michels. Desde então, o religioso usa uma tornozeleira eletrônica e não pode participar de atividades ou eventos em que circulam meninos e meninas.
— Ele fazendo parte do quadro societário poderia ser diretor. Agora, não pode assumir mais nenhum cargo. A decisão foi baseada no estatuto social do instituto — reitera o padre Ernesto Camerini, presidente do instituto.
A exclusão não interfere na atuação de Michels como religioso. Ele continua ligado à congregação dos Josefinos do Murialdo. Entretanto, não há definição se ele seguirá presidindo ou auxiliando missas, a exemplo da celebração do último domingo, quando foi flagrado abençoando meninos e meninas na Capela do Beato João Schiavo, em Fazenda Souza. Por determinação da Justiça Federal, o padre não deveria ter tido contato com as crianças.
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