Após um incêndio atingir parte do pavilhão da empresa Schio, em Vacaria, equipes do Corpo de Bombeiros Militares de diversas cidades da região devem trabalhar, pelo menos, 30h para controlar os focos de incêndio. Até o início da noite desta terça-feira (8), pelo menos 70 mil caixas de maçãs haviam sido queimadas, de acordo com o batalhão da cidade. A suspeita é que o sinistro tenha ocorrido devido a um curto circuito no local que abrigava câmaras frias, máquinas de embalagem e caixas de madeira para armazenamento das maçãs.
Segundo funcionários do turno da noite, o fogo teria começado por volta das 21h da última seghunda-feira (7) e se alastrado rapidamente. A avaliaçãodos bombeiros é que tenha sido atingida uma área de 14 mil metros quadrados dos 90 mil metros quadrados total. Nenhum colaborador dos 300 que estavam no momento na empresa ficou ferido, devido à evacuação imediata, e dois bombeiros precisaram de atendimento, um por torção de tornozelo e outro por crise de asma.
Confira vídeo do combate ao fogo nesta terça-feira (8):
No início da noite de terça, perto de fechar 24h de operação, haviam dois caminhões de combate ao incêndio e três caminhões pipas para abastecimento no local. Ainda, 22 câmaras frias foram perdidas e até aquele momento, duas estavam com foco de incêndio.
— Estamos fazendo rescaldo e resfriamento do material, ainda temos dois focos de incêndio. Foram atingidas 22 câmaras frias, destas duas ainda têm foco, onde nós estamos fazendo o combate com oito militares nos pavilhões. Temos uma guarnição em prontidão no quartel com um caminhão de combate ao incêndio, então o serviço operacional está trabalhando, funcionando normalmente — relatou às 19h10min de terça o sargento Mendonça, do batalhão de Vacaria.
Para preservar os bombeiros, foi feito um revezamento a cada três horas, para que os envolvidos possam descansar e depois retornar aos trabalhos. Para conter as chamas, estiveram presentes equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Caxias do Sul e Flores da Cunha e os Bombeiros Voluntários de Antônio Prado e Bom Jesus.
Além disso, de acordo com a engenheira agrônoma da Schio, Camila Cargnino, empresas do setor agro que têm reservatório de água enviaram caminhões para auxiliar.
— Não temos como agradecer a solidariedade que tivemos das empresas, durante toda madrugada recebemos ligações de gente querendo ajudar, dizendo que ia nos dar todo o reservatório — destaca Camila.
"Agora é trabalhar para reerguer tudo"
Camila conta que foi por volta das 21h de segunda-feira (7) que funcionários começaram a relatar o início do sinistro, quando foi realizada a evacuação de quem estava no local. Os bombeiros chegaram logo em seguida.
— Agora vamos aguardar a perícia para confirmar a causa do incêndio. Ele se alastrou rapidamente pelos painéis que protegem as câmaras frias de altas temperaturas, os funcionários que estavam na hora que iniciou o fogo comentaram que iniciou por uma máquina de embalagens. Agora é trabalhar para reerguer tudo, estamos organizando as coisas para, nos próximos dias, fazer os levantamentos, mas por enquanto a intenção é combater o fogo — acrescenta a engenheira agrônoma.
Um local com potencial inflamável, o qual contém armazenamento de amônia, usado para refrigeração, foi isolado pelos bombeiros e não foi atingido. Segundo o gerente comercial da empresa, Francisco Schio, na terça foi feita uma perícia pela Polícia Civil e nesta quarta-feira (9) deve ser feita outra pela seguradora da empresa.
Saiba mais sobre a Schio
A Schio atua há 35 anos no setor de agropecuária e a unidade em que houve o sinistro tem atividades desde 1994. A empresa é uma das maiores de produção de maçãs do Brasil, responsável por 80% da exportação da fruta para cerca de 40 países, em média, por ano.