As autoridades políticas que discursaram durante a abertura da 33ª Festa Nacional da Uva destacaram pontos comuns da simbologia do evento. A história da imigração italiana para a região, a ascensão econômica com a viticultura e a herança de valores e virtudes do passado foram resgatadas, assim como a perseverança e resiliência em enfrentar problemas atuais, como a própria pandemia e a recente estiagem, que afetou significativamente o Estado.
A presença de maior representatividade foi a do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que assumiu a participação pelo governo federal devido à ausência de Jair Bolsonaro, em viagem para o leste europeu.
Mourão, gaúcho, foi saudosista com as raízes da Serra e o legado filosófico de persistência:
— Sempre temos de lembrar que cada século tem sua crise e aqueles que nos antecederam enfrentaram crises talvez piores do que essa que estamos atravessando. Mas herdamos deles a determinação, a coragem e a confiança, que caracteriza o povo desta cidade e do nosso Rio Grande do Sul — afirmou o vice-presidente.
Para Mourão, a Festa e o envolvimento da comunidade com o evento e a apropriação econômica do segmento tornam a região exemplo:
— Este evento enaltece a herança cultural, o progresso da comunidade e a ligação com a terra, além dos costumes e tradições. Maior polo produtor de variados tipos de uva, a região produz montante da ordem de 1 milhão de toneladas por ano. A contribuição deste setor para a economia brasileira é significativa e gera empregos em toda a região e além dela. (O setor) serve de exemplo a outros setores produtivos do Brasil, de como superar desafios: pandemia, restrições econômicas, estiagem. Driblamos diversidades e abrimos caminho.
Na mesma linha, o governador Eduardo Leite ressaltou nos elementos simbólicos o significado da festa:
— Uma festa como essa tem a especial condição de nos fazer resgatar a esperança, otimismo, confiança. Ao mesmo tempo que as dificuldades, que não são poucas, tentam nos fazer esmorecer. Mesmo nos problemas temos elemento positivo para extrair e crescer nas dificuldades. Não temos o direito de desanimar, temos de estar à altura dessa história que nos trouxe até aqui.
Autoridades presentes
Além de Hamilton Mourão e Eduardo Leite, estavam entre as autoridades presentes o prefeito e a vice de Caxias, Adiló Didomenico e Paula Ioris; o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, senador Luis Carlos Heinze; o presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira; deputados federais Carlos Gomes, Pompeo de Mattos e Bibo Nunes e o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.
"Estamos unidos depois de um período de incerteza"
O pronunciamento do prefeito de Caxias, Adiló Didomenico, enfatizou a retomada e o que chamou de "renascer da esperança". Destacou também o papel de produtores, que participaram na idealização do evento, mesmo em meio a reveses. _ Festa da Uva é falar de celebração e entusiasmo, principalmente neste momento de retomada em que precisamos olhar para frente com coragem, que tiveram os organizadores (...) (Representa) uma sociedade que se transformou de gente com garra e sensibilidade que superou momentos difíceis e irá superar no atual cenário da pandemia com fé, resiliência e força inigualável. A estiagem castigou mais de 3,5 mil famílias caxienses que dependem da agricultura, mas que não desistiram e ajudaram a idealizar a Festa da Uva 2022. Exaltou o evento como identidade da região e oportunidade de projetar a pujança local: _ A Festa é a marca que se perpetua na história da nossa cidade. É um horizonte de progressos e desenvolvimento. Estamos unidos depois de um período de incerteza. Mas hoje a certeza é uma só, a Festa da Uva será um sucesso e espera por todos.