O candidato Pepe Vargas (PT) concedeu entrevista à rádio Gaúcha na tarde deste domingo de eleições e destacou como foram os últimos momentos de campanha e o que pretende a partir do resultado do segundo turno, caso seja eleito. Confira os principais trechos da entrevista conduzida pelas jornalistas Andressa Xavier, Kelly Matos e Babiana Mugnol:
Como o senhor chega ao segundo turno, qual a expectativa para logo mais e o sentimento nesse dia decisivo?
Foi uma campanha que, apesar da pandemia, teve muita participação das pessoas, caminhadas significativas, contato direto com eleitores, utilizamos redes sociais, horário eleitoral no rádio e na televisão. E chegamos em primeiro lugar no primeiro turno e sentimos que a campanha aumentou, no segundo. Nossa mensagem foi no sentido de mostrar que Caxias andou para trás na saúde, geração de trabalho e renda, em várias áreas. Nós defendemos um programa para levar Caxias para frente outra vez. Fui prefeito por oito anos, terminei com 92% de aprovação e encontrei muitas pessoas nas ruas dizendo que iam votar em mim porque fui bom prefeito. Nossas prioridades são saúde e geração de renda.
O senhor já foi deputado, ministro, trabalhou na gestão federal e, nas eleições passadas, teve muita força as pessoas que vinham de fora da política. Nessa eleição, temos visto em várias cidades as pessoas dando valor aos "políticos tradicionais", a que o que senhor credita esse tipo de mudança?
Esses candidatos com esse discurso foram, na sua maioria, oportunistas de ocasião. Foram governos muito tradicionais, sem novidades, inclusive com práticas semelhantes às que criticavam nas eleições. Vejo que os eleitores estão querendo voto com segurança, sem aventura. Evidentemente que uma candidatura como a minha ajuda muito, até porque, além da crise econômica que já existia, veio a pandemia. Eu tenho dito que não é só minha experiência administrativa, mas também a minha formação médica, me dá mais compreensão de como deve ser organizado o serviço público para enfrentar isso. Caxias chegou ao ponto que sequer medicamentos são ofertados na UBS. Quando fui prefeito, implantamos um serviço que era referência nacional.
O senhor já viveu esse domingo de eleições de diversas formas, foi eleito prefeito e não foi eleito. O que passa na cabeça de um candidato que já tem essa experiência?
Nos últimos dias, procurei fazer a seguinte reflexão: temos que decidir qual a melhor proposta para Caxias: a do adversário, que pessoalmente respeito, mas que representa um grupo de caciques partidários, que nos últimos 16 anos, governaram por 13 anos, e aí derrubaram um prefeito eleito e voltaram para a prefeitura e deixaram a situação que está agora, sem remédios; ou mudar. Minha candidatura significa uma mudança, mas com segurança, porque sabem que fui prefeito, que governo com diálogo, com todos os setores, e que fiz um bom governo. Peguei uma prefeitura com déficit de R$ 113 milhões e entreguei com superávit de R$ 54 milhões e carteira de projetos aprovados no BNDES, Caixa... Então tenho experiência administrativa considerável. E nesse momento me sinto completamente preparado para governar a cidade.
Como será o diálogo e quando devem iniciar as tratativas para transição?
Nós temos uma tradição nisso. Quando fui eleito, em 1997, já fizemos um processo assim. E, quando deixei, depois de oito anos, também seguimos com isso. Vamos tentar fazer um diálogo com o governo que sair para que, quem estiver entrando, se aproprie de um conjunto de ações. Em geral, temos que garantir que os serviços tenham sequência a partir da primeira semana. Mas ainda é cedo para tratar disso.
A abstenção lhe preocupa, em função de ser um ano diferente, de pandemia, e pelo desinteresse da população com a política?
Aqui em Caxias tivemos no primeiro turno na ordem de 25%, menor que em outros lugares, mas acho alto e fizemos todo um chamamento para votar. Espero que diminua um pouco, mas não acredito que diminua substancialmente. Historicamente, tem um percentual de quem não quer participar, mas a pandemia é talvez a questão central desse processo eleitoral.
A pandemia exige comemorações diferentes. Como será se o senhor for eleito?
Eu tenho a preocupação, independentemente do resultado, para não estimular aglomerações. Aproveito o momento para dizer às pessoas para redobrar cuidados. Eu, se fosse prefeito agora, já estaria fazendo uma grande campanha para as pessoas voltarem a ter todos os cuidados.
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