Além do cumprimento das propostas de governo voltadas ao bem-estar da comunidade e do reaquecimento da economia, o vencedor da eleição em Caxias do Sul, neste domingo, Adiló Didomenico (PSDB, PTB, Solidariedade, PSC e PROS), ou Pepe Vargas (PT, PCdoB e PSOL), terá uma missão complicada. Precisa conquistar a confiança de quem não for seu eleitor e procurar melhorar as relações com a sociedade, unindo a cidade e reduzindo o acirramento registrado nos últimos anos.
Terá que governar aberto a opiniões diferentes da sua, cuidadoso com o dinheiro público e voltado a ações que visem à cidade e não à promoção pessoal ou interesses político-partidários de poder.
A disputa no segundo turno conta com a manifestação dos ex-candidatos a prefeito, dos partidos que concorreram e a expectativa de como será a reação nas urnas. Nessa divisão de forças, Adiló concentra a maioria das adesões. Fator que gera sentimentos diversos: união de propostas, mais pessoas trabalhando pelo convencimento do eleitor ou suspeita de loteamento de cargos no governo. Ele soma 14 partidos declarados.
Pepe obteve a adesão de mais três partidos (reúne seis) e manifestações avulsas de apoio de lideranças. Foi o principal alvo no horário eleitoral, tanto no primeiro quanto no segundo turno, obtendo espaço para direito de resposta (contra o partido Novo). Na semana derradeira, o programa de Adiló mudou o tom, passando a atacar. Houve recuo no final.
Pepe acumula a rejeição ao seu partido e lideranças, especialmente ao ex-presidente Lula, ampliado pelo efeito Jair Bolsonaro contra a esquerda (tem o PCdoB como vice, com Cláudio Libardi Júnior). Ele tem na bagagem a atuação e conhecimento por duas gestões na prefeitura. É deputado estadual, foi ministro e deputado federal.
Adiló e a vice Paula Ioris, ambos vereadores, estão ligados à decisão pró-impeachment. Na balança do voto, entra o peso dos contrários e favoráveis à saída de Daniel Guerra (Republicanos) da prefeitura. Integrante do grupo que governou Caxias com José Ivo Sartori (MDB) e Alceu Barbosa Velho (PDT) e que carrega a polêmica acomodação de CCs, Adiló também enfrenta desgaste. Ele apresenta como credenciais para administrar Caxias a projeção da Codeca e o trabalho na Secretaria de Obras.
O resultado vai definir quem comandará a segunda maior cidade do Estado e revelar se os candidatos conseguiram convencer, reduzindo as abstenções e votos brancos e nulos.
Bom voto!