A missa mais tradicional da Romaria de Caravaggio foi celebrada às 10h30min, no Santuário, em Farroupilha. Diferentemente dos 140 anos anteriores, não havia uma multidão dentro da igreja e ocupando o pátio. A pandemia do coronavírus mudou o cenário, mas não enfraqueceu a devoção à Nossa Senhora.
A missa, celebrada pelo bispo Dom José Gislon, contou com cerca de 40 pessoas na igreja, entre eles moradores e parentes de servos do santuário (todos de máscara), mas com milhares assistindo pelas redes sociais. Inclusive, é a primeira missa celebrada pelo bispo no dia de Caravaggio.
“Estamos na casa da mãe. Quero trazer aqui presente nossos romeiros, idosos, jovens, crianças, enfermos e seus familiares, os que trabalham na saúde, na segurança pública, trazer as famílias enlutados pelos entes queridos por causa da pandemia. Coloco cada um diante do olhar de Maria, a mãe de Deus, e do Pai, Deus, que é misericordioso. Com a misericórdia do pai, pedimos perdão por todas em que não cuidamos da vida uns dos outros”, rogou o bispo.
Enquanto tantos estavam em casa, de coração contrito e quebrantado, ouvindo ao sermão do bispo, no entorno do Santuário havia silêncio.
“Maria nos ensina a não perdermos a esperança. Quem cultiva a esperança, sabe que Deus nos surpreende, pelo seu amor. Se nos aproximarmos d’Ele e ficarmos com Ele, seremos transformados quando formos tocados pelo Seu amor e Sua misericórdia”, ministrou o bispo.
Na oração do Pai Nosso havia uma atmosfera diferente na igreja do santuário: era como se a voz dos milhares de fiéis que estavam assistindo pelas redes sociais ecoasse pelo santuário. Durante a comunhão, que é um momento especial para os fiéis, pois podem partilhar, em forma simbólica, do corpo e do sangue de Cristo, poucos puderam participar dessa vez.
Para encerrar a missa, Gabriela Ávila, de oito anos, vestida de Joaneta, deixou uma vaso de orquídeas rosa aos pés da imagem de Nossa Senhora. Joaneta foi a jovem a quem, em 26 de maio de 1432, Nossa Senhora teria aparecido, em Caravaggio, na Itália.
Gabriela, para além de estar com as vestes de Joaneta, representa a esperança de um amanhã melhor, mais justo, em que o amor ao próximo é uma realidade.
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