A quantidade de pessoas em supermercados durante horários de pico preocupa clientes e fiscais em Caxias do Sul. Em razão das medidas contra o coronavírus, os estabelecimentos atendem apenas 50% da capacidade. Ainda assim, as maiores lojas estão autorizadas a atender 700 consumidores por vez. As aglomerações acontecem em pontos específicos, com filas na padaria e nos caixas. A recomendação é que evitem ir a mercados das 11h ao meio-dia e entre 17h e 20h.
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O movimento foi ainda maior durante o final de semana de Páscoa, quando muitas pessoas procuraram fazer compras de última hora. Filas se formaram nos acessos aos supermercados e a quantidade de pessoas dentro das lojas incomodou alguns clientes. A Secretaria de Urbanismo confirma ter recebido denúncias de aglomeração em mercados pelo Alô Caxias.
— Há reclamações e estamos atentos a situação com nossas equipes. Os estabelecimentos estão respeitando os decretos estadual e municipal. Só que nestas lojas maiores da área central ainda acontecem aglomerações em setores específicas, principalmente nos caixas. O que conversamos, principalmente com os gerentes de cada loja, é que exista orientação e bom senso — aponta o titular da pasta, João Uez.
A grande quantidade de pessoas em supermercados também foi lembrada pelo prefeito Flavio Cassina (PTB) em entrevista ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha, na manhã de ontem. Ele defendeu a abertura do comércio esta semana e mostrou preocupação com o excesso de gente em lojas.
— É uma loucura o que está acontecendo nos supermercados — argumentou Cassina.
O diretor de Operações da Fiscalização da SMU, Rodrigo Lazarotto, diz que a situação precisará ser revisada caso o número de casos da covid-19 aumente significativamente em Caxias do Sul.
— O decreto estadual, que iniciou o regramento nestes locais, falava em redução de 50% da capacidade, o que é calculado no PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio, aprovado pelos bombeiros). Só que tem lojas autorizadas a atender mais de 1,2 mil pessoas (pelo documento). Eles fazem controle de acesso a partir dos 500, mas, mesmo a loja sendo gigante, são muitas pessoas que acabam se aglomerando nos caixas e corredores. Está sendo cumprido o decreto, não podemos cobrar. O que teria que mudar é o percentual — avalia.
Apesar da preocupação com a situação, a prefeitura de Caxias do Sul adota uma postura cautelosa e irá aguardar pelo novo regramento estadual. O secretário Uez lembra que a determinação pelo fechamento do comércio em todos os municípios é válida até quarta-feira, então uma nova medida será publicada. O novo texto será utilizado parâmetro pela Secretaria de Urbanismo e não é descartado o aumento no limite de clientes nos mercados.
Secretário pede bom senso
Um mês após o primeiro caso de coronavírus na cidade, o sentimento em Caxias é pela volta gradual da rotina. Sem nenhuma morte registrada e os números de contágio aparentemente controlados, as pessoas querem sair de casa. As indústrias retomaram suas atividades e os lojistas pressionam pela autorização ao comércio. O secretário João Uez reforça o pedido de bom senso as pessoas.
— Todos precisam fazer a sua parte. Nas fiscalizações, vimos famílias nos mercados. Homem, mulher e filho. É desnecessário. É preciso continuar a prevenção.
A fiscalização da prefeitura relata que as medidas são respeitadas pela maioria dos mercados, tanto na área central quanto nos bairros. As atendentes utilizam máscaras e outras proteções e há marcações no chão para que os clientes respeitem a distância de dois metros de outras pessoas.
— Caxias tem uma quantidade enorme de mercados, nossas equipes estão trabalhando. As medidas de higiene estão sendo adotadas. As pessoas é que poderiam respeitar um pouco mais estas medidas.
A etiqueta social orienta que não é o momento para demorar na escolha de produtos, especialmente no setor de frutas e verduras. É preciso evitar contato com embalagens e produtos que não serão levados. O uso de máscaras, que tem um aumento crescente entre a população nas ruas, é ainda mais recomendado nestas idas aos mercados.