Um dia após visitar o prefeito Flávio Cassina (PTB) e o vice-prefeito Elói Frizzo (PSB), o ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu voltou à rotina de protocolar pedido de impeachment. Depois de ter conseguido derrubar seu companheiro de chapa do pleito de 2016, o ex-prefeito Daniel Guerra (Republicanos), o alvo agora é o irmão e vereador Chico Guerra, do mesmo partido.
Chico retorna nesta quarta-feira (19) à Câmara, após os 60 dias de suspensão resultante justamente do caso do "corretivo", um dos itens do pedido de cassação. Trata-se do episódio em que Chico usou a expressão, em diálogo vazado, em represália ao presidente da Associação de Moradores do Bairro Cânyon, Marciano Corrêa da Silva.
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Ex-vice-prefeito de Caxias, Ricardo Fabris de Abreu protocola pedido de impeachment de Chico Guerra
É difícil que o desejo de Fabris evolua, pelo menos neste item, considerando que a Câmara já puniu o vereador com a suspensão.
A outra situação apontada é delicada, pois remete à possibilidade de nepotismo ao ter exercido a chefia de Gabinete no governo do irmão. Na argumentação, Fabris diz que Chico fazia as vezes de vice-prefeito e com anuência do prefeito interferiu diretamente nas decisões de governo e ultrapassou os limites éticos e legais aceitáveis.
Porém, vale lembrar que na semana passada, a Câmara não aceitou a admissibilidade do pedido de impeachment do vereador Rafael Bueno (PDT), tendo como base o episódio em que o parlamentar arremessou um tijolo contra um vizinho, em 2016. Em outubro do ano passado, o Legislativo também rejeitou pedido de impeachment contra Alceu Thomé (PTB). O documento protocolado na Câmara se amparava em processo sobre suposta exploração sexual de uma adolescente.
Uma decisão favorável ao documento apresentado pelo ex-vice virá carregada de desgaste para os vereadores. A acusação de diferença de critérios para aceitar pedidos contra os parlamentares será inevitável. Como ficará o discurso no caso de outros possíveis pedidos?
:: A nova investida do ex-vice envolvendo os desafetos, considerando que Fabris quer a inelegibilidade de Chico por oito anos, deixa no ar a sensação de que há temor em relação ao peso do nome Guerra na eleição de outubro.
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