O vereador Rodrigo Beltrão está num dilema: para onde vai? Ao anunciar a saída do PT, procura um aconchego político-partidário onde se sinta à vontade, ou no mínimo confortável. Com um perfil de centro-esquerda, não é fácil, no cenário político de Caxias, encontrar uma alternativa. Elas resumem-se basicamente a PSB, PDT e Rede, além das agremiações tradicionais de esquerda, PCdoB, PSOL e o PT, de onde Beltrão está de saída. Nessas últimas, até pelo perfil partidário de cada uma, o espaço de movimentação é mais restrito.
Restam PSB, PDT e Rede, cada sigla com a sua dificuldade. Esse é um dilema não só de Beltrão mas de qualquer liderança que busque uma opção de centro-esquerda.
O PDT, mesmo depois da constituição de uma nova direção partidária, segue tendo de administrar divergências, que incluíram até o apoio de sua principal liderança, o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho, a Jair Bolsonaro. O partido também patrocina projetos desconfortáveis a Beltrão, como a extinção do passe livre no transporte coletivo.
O PSB oscila entre uma aproximação com o PT, como indica a participação de suas maiores lideranças na recente convenção petista, e a parceria reiterada com o MDB e José Ivo Sartori. Essa é uma das alternativas postas para os socialistas em 2020, o que também não é confortável a Beltrão.
A Rede não tem sido considerada pelo vereador. A dificuldade, neste caso, é o partido não ter superado a cláusula de barreira, o que fecha a torneira dos recursos do Fundo Partidário e o acesso ao tempo de horário eleitoral gratuito em rádio e tevê.
Considerar até o PTB
As dificuldades na centro-esquerda caxiense são a tal ponto que levaram o futuro ex-petista Beltrão a considerar o PTB como alternativa, que de centro-esquerda não é.
Outra dificuldade a ser analisada por Beltrão é a concorrência na disputa por vagas para uma eventual eleição. A prefeito, vice ou vereador. Nesse caso, o PDT é o cenário mais difícil.