Liderada pelo Caxias Convention & Visitors Bureau, um grupo de entidades representativas no município está se unindo para viabilizar a construção de um centro de eventos que substitua o atual espaço nos Pavilhões da Festa da Uva, considerado ultrapassado. A ideia é apontar as demandas, fazer um anteprojeto arquitetônico e estabelecer um orçamento para iniciar a captação de investidores até a metade de 2020. É a primeira vez que diferentes segmentos se organizam para pensar e estabelecer qual espaço poderia conjugar a realização de feiras, congressos ou shows de grande porte em Caxias.
Nos últimos 20 anos, a inexistência de um complexo adequado para a realização de grandes feiras foi motivo de muitas críticas. Curiosamente, nunca se pensou em oficializar um projeto para a cidade ingressar na rota dos eventos empresariais e de turismo. No momento, o Convention está fomentando um grupo provisoriamente chamado de Comitê Prático Pró-Construção do Centro de Eventos de Caxias do Sul. A CIC, o Sinduscon, a Associação dos Administradores da Região Nordeste do RS (Aanergs) e a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego já aceitaram participar da discussão. O plano é incluir a UCS, o Sebrae, o MobiCaxias e uma entidade de arquitetos.
– Num primeiro momento, essa seria a composição do grupo, mas outros poderão se juntar a nós posteriormente – adianta o presidente do Convention, professor Valmir Francisco dos Santos.
A cidade depende atualmente dos Pavilhões da Festa da Uva, local que exige reforma e modernização. Feiras gigantes sequer cogitam a cidade pela falta de estrutura. Santos diz que dois investidores de fora da cidade demonstraram interesse, mas antes querem ver um projeto no papel. O presidente da CIC, Ivanir Gasparin, e o presidente do Sinduscon, Oliver Chies Viezzer, garantem que são parceiros para debater o tema.
– Quem está puxando a discussão é o Convention para se construir um novo local ou quem sabe melhorar o atual centro de eventos dos pavilhões – reitera Gasparin.
O primeiro passo é formalizar o grupo de trabalho
Para os integrantes do Convention, a criação de uma agenda positiva em relação ao segmento é fundamental e o turismo de eventos pode protagonizar uma nova fase de inserção.Reuniões recentes com entidades empresariais e promotores de eventos indicam Caxias do Sul como um destino interessante por diversos aspectos, entres eles, a questão do polo industrial, de comércio e serviço, os 3,4 mil leitos de hospedagem, um aeroporto operando voos diários para São Paulo, a proximidade com Porto Alegre e de cidades com turismo consolidado como Gramado e Bento Gonçalves. O que falta para incluir Caxias como referência para feiras técnicas, congresso ou seminários com mais de mil pessoas, ou mesmo um show ou um evento artístico, é justamente a criação de um espaço de acordo com as exigências do mercado.
– Estamos trabalhando para que a reunião de instalação do grupo ocorra nos próximos dias, estamos tentando ajustar a agenda dos dirigentes de cada entidade. Por isso, a nossa proposta de agirmos rápido nesse projeto, por entendermos que Caxias do Sul não deve desperdiçar esta oportunidade – ressalta Santos.
O presidente do Caxias Convention também chama a atenção para a liberação de recursos do governo federal para a construção ou melhorias de espaços turísticos de cidades com população menor do que Caxias, caso de Canoas e de Videira (SC).
– Não fomos contemplados por quê? Por que não temos projeto de um centro de eventos. Eles apresentaram projetos e conseguiram. E nós? – questiona.