Um dos colunistas sociais mais importantes da história de Caxias do Sul, com passagem por diversos veículos em mais de 40 anos de atuação, o jornalista Paulo Gargioni morreu na manhã desta quinta-feira aos 79 anos. Amigo e colega de ofício, o colunista social do Pioneiro, João Pulita, considera que Gargioni deixou um legado grandioso para a imprensa e para a sociedade caxiense:
— A presença do Paulo Gargioni foi muito marcante, no que tange à história de Caxias do Sul, fazendo o registro de fatos importantíssimos não apenas da sociedade caxiense, mas também de nuances da cultura e da filantropia. Ele sempre teve uma sintonia muito fina com os Lions e Rotarys da cidade, além da Polícia Militar. Eram instituições para as quais ele tinha um olhar muito atento — comenta João Pulita.
Pulita foi o sucessor de Gargioni na coluna social diária do Pioneiro a partir da compra do veículo pelo Grupo RBS, nos anos 1990, mas eles chegaram a trabalhar juntos no jornal por um período.
— Quando comecei, em 1987, fazíamos as páginas sociais o Paulo, a Werony Sartori e eu. Meu trabalho, de certa forma, ia na contramão do trabalho dele. Eu ficava mais focado na nova geração, falando de bailarinos, atores, Djs, artistas plásticos, um grupo que não tinha tanto espaço à época. O que eu fiz fui desenvolver uma linguagem mais contemporânea, enquanto ele fazia o colunismo mais à moda antiga — ressalta Pulita.
Presidente da Associação dos Colunistas Sociais do RS e amigo de longa data de Gargioni, Bebeto Azevedo diz que Gargioni era e sempre será uma referência de colunismo social no Estado.
— Paulo foi um ícone pela qualidade do seu trabalho, pela ética, elegância e bom gosto. Tudo aquilo que a gente tem a ideia de que seja o mundo do colunismo, ele viveu de uma maneira muito bonita. O mais bonito da vida é que a gente passa por ela, mas não passa em branco. E o Paulo não marcou a vida de algumas pessoas, mas sim de muitas. O colunista social é uma pessoa responsável pelas boas notícias da cidade, por falar das conquistas, dos novos empreendimentos. Mas infelizmente, mesmo para nós chega o dia de estarmos envolvidos numa notícia triste, como essa do falecimento do Paulo — diz Azevedo, colunista do jornal Diário de Canoas.
Paulo Gargioni faleceu no seu apartamento, na Rua Visconde de Pelotas. Seu corpo será enterrado em Vacaria, atendido a um pedido que fez para os sobrinhos. Ele é solteiro e não tinha filhos.
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