Não adianta. Se você trabalha ou mora no bairro Cidade Nova ou no vizinho Desvio Rizzo, em Caxias do Sul, e não puder evitar os horários de pico para acessar ou atravessar a RSC-453, vai precisar ter paciência. Se pensa em visitar um dos dois novos empreendimentos abertos naquele trecho, melhor escolher um horário no meio da manhã ou da tarde. Se optar pelo início ou fim de um desses turnos também vai ter que desenvolver a tolerância.
Por três dias seguidos (últimas quarta, quinta e sexta-feiras), a reportagem observou o fluxo no local e percebeu, sim, número elevado de veículos, pontos de gargalo, mas não registrou longas filas de congestionamento, como têm reclamado motoristas que trafegam naquele perímetro.
A sinalização vertical e horizontal é boa, há semáforos para veículos e para pedestres e faixas de segurança em quase todos os pontos de travessia. O problema é quantidade de carros, ônibus, caminhões e motos disputando lugar nas pistas. O ponto mais crítico é o entroncamento da Rua Abel Postali com a via lateral à rodovia que dá acesso ao bairro Cidade Nova. Essa via, aliás, é a mesma que cruza em frente aos estabelecimentos comerciais inaugurados recentemente e que, mais a frente, serve de acesso ao bairro Desvio Rizzo para quem trafega no sentido Caxias-Farroupilha. Além disso, ela recebe os veículos que vêm no sentido oposto (Farroupilha-Caxias) e fazem o retorno para ingressar no Cidade Nova ou nas empresas, novas ou antigas, das imediações.
É justamente entre 17h e 17h30min, horário em que muitos trabalhadores saem das empresas, o período de maior conflito no tráfego naquele cruzamento.
Apesar da associação inevitável do aumento de fluxo com a abertura da megaloja e atacarejo, nos dias e horários (entre 17h e 19h) em que a reportagem esteve no local, foram contabilizados quatro veículos, em média, por minuto ingressando nos estacionamentos - uma das áreas manteve sua capacidade praticamente lotada e a outra variava até, no máximo, a metade. Já, junto ao semáforo de acesso ao Desvio Rizzo ou de retorno ao Centro, a passagem de veículos variou entre 28 e 34, em tempos de sinal verde que também variaram de 42 segundos a 36 segundos, respectivamente.
Trecho é ponto crítico de tráfego
Não é de hoje que o local é um ponto crítico. Segundo o Grupo Rodoviário da Brigada Militar de Farroupilha, responsável por fiscalizar a rodovia, o último estudo repassado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) foi de que 78 mil veículos passam pelo trecho diariamente.
— A Havan é novidade. Aumentou o volume de veículos naquela região e isso contribui para esse problema. Ali, já era problemático. Mesmo com as sinaleiras, já tinha grande número de acidentes. Falta um pouco de paciência e as pessoas acabam se envolvendo em acidentes com vários veículos. Diariamente, acontecem acidentes. Infelizmente, não temos o que fazer. Está sinalizado, tem sinaleira... é tão somente obedecer a sinalização de trânsito. O motorista tem que saber que aquela é uma região crítica. Tem que ter calma e paciência — pondera o sargento Zidemar Petry, do Grupo Rodoviário de Farroupilha referindo o emprego de excesso de velocidade por parte dos condutores entre um semáforo e outro.
Para minimizar o impacto que a abertura recente da megaloja e atacarejo causariam no trânsito, foram adotadas medidas por parte dos empreendimentos e da prefeitura. Ou seja, as medidas foram implementadas para que a situação não ficasse pior.
— Estamos aguardando o fluxo normalizar. Passado um mês (das inaugurações) a tendência natural é de que as coisas se acomodem. Depois, faremos novas análises e poderemos executar mais medidas — considerou o secretário municipal de Trânsito, Cristiano de Abreu Soares.
Por se tratar de área de domínio do governo estadual, qualquer intervenção necessita de aprovação do Daer.