
O Hospital Arcanjo São Miguel, de Gramado, recebeu novos equipamentos nesta semana com verba municipal. Na segunda-feira (11), foram entregues dois carros maca com elevação hidráulica e uma fonte de luz em LED, no valor de R$ 30 mil. Também está prevista para os próximos dias a chegada de uma autoclave para esterilização dos materiais do bloco cirúrgico, avaliada em pouco mais de R$ 100 mil.
Os equipamentos são os primeiros adquiridos pelo hospital com verbas do município que foram destinadas por meio de emendas de vereadores no orçamento de 2018. Os itens já adquiridos resultaram de emenda impositiva de R$ 137 mil do vereador Dr. Ubiratã (PP).
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Conforme o superintendente administrativo do hospital, Marcio Slaviero, o valor total das emendas de 2018 é de cerca de R$ 500 mil, distribuídas entre diversos vereadores. Entre as compras ainda previstas, estão a de equipamento de hemodiálise, uma nova incubadora neo-natal, um aparelho de raio-x e uma cama hospitalar. Alguns dos equipamentos novos repõem os antigos, que ficam de reserva para o caso de alguma manutenção, para não diminuir a capacidade de atendimento.
Também estão previstas, no orçamento de 2019, emendas que totalizam em torno de R$ 700 mil. O valor deve ser aplicado na compra aparelhos para respiração e outros itens necessários à implantação de uma nova sala de cirurgia.
— Como inauguramos um novo espaço para a sala de recuperação no ano passado, o espaço que ficou liberado vai ser utilizado para uma nova sala cirúrgica. A implantação dessa sala vai depender muito da aquisição dos novos equipamentos — afirma Slaviero, que estima que a nova sala poderá entrar em operação no ano que vem.
Os equipamentos são adquiridos via licitações abertas pelo município, que faz a compra e cede os aparelhos ao hospital.
O Hospital Arcanjo São Miguel, anteriormente mantido pela Associação Franciscana de Assistência à Saúde, está sob intervenção do município desde 29 de fevereiro de 2016, quando havia risco de fechamento da UTI e da emergência, em meio a dívidas. A cada seis meses, a intervenção tem sido prorrogada. A última prorrogação ocorreu em fevereiro deste ano.
— Não há mais hoje uma necessidade de acelerar processo de venda ou qualquer outro tipo de processo do hospital. Não há no horizonte nenhuma outra perspectiva a não ser a manutenção da intervenção, a menos que surja eventualmente um comprador, o que não é o caso neste momento — explica o superintendente.
Segundo Slaviero, desde a metade do ano passado a receita do hospital tem sido próxima às despesas, atingindo equilíbrio financeiro. Atualmente, a receita mensal está em aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês, valor que segundo ele é levemente superior ao dos gastos. O superintendente afirma também que dívidas foram renegociadas para diminuir o valor das parcelas, além de outras medidas para reduzir o custo mensal da casa de saúde e buscar ampliar os serviços. Além da verba municipal, o hospital recebe recursos federais e do Estado, sendo que estes últimos estão em atraso, e valores de atendimentos por convênio e particulares.