O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP) apresentou a palestra as Perspectivas para o país pós-eleições durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Ele criticou o uso de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida com fins eleitorais, apesar de garantir que o futuro presidente, Jair Bolsonaro (PSL), irá mantê-los. Heinze chegou com 30 minutos de atraso devido a um imprevisto antes do voo do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul. O senador eleito no dia 7 de outubro com 2.316.365 milhões de votos acompanhou a apuração de votos ao lado de Bolsonaro, no domingo à noite, na casa do candidato, no Rio de Janeiro.
Para Heinze, a eleição de Bolsonaro atendeu a um pedido de esperança da população brasileira e do Rio Grande do Sul.
– O povo está esperando alguma coisa diferente.
Com uma votação de 84.671 caxienses, Heinze disse que a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff interrompeu um projeto de poder implementado pelo PT copiando os modelos de Cuba e da Venezuela.
– Ontem (domingo) conseguimos sepultar esse projeto de poder. O povo brasileiro foi livremente para as ruas e fizeram a sua manifestação. Eles deram essa vitória estrondosa para a democracia brasileira. É um novo momento.
Em um ambiente amplamente favorável, a fala arrancou aplausos. Após as críticas ao PT, Heinze comentou sobre as medidas anunciadas por Bolsonaro, como a redução do tamanho do Estado, a distribuição dos recursos federais direto para os municípios. Para Heinze, os principais desafios de Bolsonaro são as reformas da Previdência, tributária (isenção de Imposto de Renda para quem recebe até cinco salários mínimos) e trabalhista.
– Não pode um fiscal do trabalho com a caneta dele fechar uma empresa. Não quer nem fazer um TAC.
Outra medida que receberá atenção do futuro Governo Bolsonaro, de acordo com Heinze, é a redução da taxa de juros. Ele também ressaltou que, com a falta de recursos federais e estadual, a alternativa para a realização de obras de infraestrutura, como a duplicação de rodovias, a retomada do modal ferroviário e a construção de portos, somente ocorrerá por meio de parceiras público-privadas.
O senador eleito disse ainda que o orçamento de sete ministérios que geram desenvolvimento foi de R$ 37 bilhões, enquanto o do Bolsa Família foi de R$ 29 bilhões. Segundo ele, o Bolsa Família é utilizado como estratégia para garantir votos.
– Estão preocupados com a próxima eleição. Não estão preocupados com a próxima geração. Pagando para 13 milhões de famílias do Brasil aqueles cento e poucos reais por mês para que "votem em mim, para que eu seja reeleito" na próxima eleição. Dessa forma se amarraram no poder, mais Minha Casa, Minha Vida, mais carrinho financiado, moto financiada, geladeira financiada. Até bolsa-prostituta.
O QUE ELE DISSE
Governo Leite
"O PP ajudou a eleger o Eduardo Leite e vai estar junto. Fez parte da base, acertamos a coligação e vamos ajudar a governar o Rio Grande do Sul."
Ideologia atrasou desenvolvimento
"Vamos respeitar as questões ambientais, as questões trabalhistas, mas não pode ter ideologia para atrasar o desenvolvimento no nosso Estado ou do país. Portanto, muitas das reformas que são fundamentais tem que tirar a ideologia. Não pode um caneta de alguém travar o desenvolvimento seja do Rio Grande, seja do Brasil."
Ministério
"Até o dia 28 de outubro, meu compromisso era eleger Jair Bolsonaro. Meu nome é citado para o Ministério da Agricultura. Conversamos e decidimos que a Frente Parlamentar da Agricultura ajudaria a escolher o futuro ministro da Agricultura. Tem o meu nome e outros nomes de parlamentares e empresários do ramo que podem muito bem ocupar a vaga. Sou técnico agrícola, engenheiro agrônomo e trabalho nessa área há mais de 40 anos."
Governo Bolsonaro
"Não conversamos (PP) ainda. Houve uma modificação muito grande no cenário, mais de 80% de renovação no Senado, mais de 50% na Câmara dos Deputados. Essa ano é um composição, ano que vem é uma nova composição. Seguramente nós vamos ajudar o governo Bolsonaro. Eu trabalhei forte, o Esperidião Amim trabalhou forte para ele (Bolsonaro) e agora vamos fazer de tudo para que ele faça um bom governo."
Governo Bolsonaro
"É cumprir aquilo que ele prometeu ao povo. A esperança que ele vendeu para o povo brasileiro. Ele tem que cumprir esse papel e devolvendo essa esperança ao povo."
Bolsa Família
"Não critiquei o Bolsa Família, só citei para o pessoal ter uma noção do que representa o Bolsa Família. Cada um faz a leitura que quiser. É uma opção que a gente viu que usaram (politicamente). Se é uma ajuda para as pessoas que não tem condições, oquêi. As pessoas que precisam do Bolsa Família eu não sou contra. Agora quero dizer que tem tantas outras prioridades que a geração de desenvolvimento, que a geração de empregos. As famílias precisam ter dignidade e emprego. Ele (Bolsonaro)não vai acabar com o Bolsa Família, mas precisa racionalizar. Tem muita gente que ganha e não merece. Agora para as pessoas que precisarem, têm que dar. Tem que ter um critério para receber."