O Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul divulgou, nesta sexta-feira (28), uma nota de "alerta à população" denunciando o possível fechamento do Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão). O presidente da entidade, Marlonei dos Santos, que assina o documento, diz que o sindicato foi informado "extraoficialmente" de que o serviço de urgência e emergência teria de ser interrompido para o início das obras que visam transformar a estrutura em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nível III.
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Na nota, o sindicato defende que quaisquer melhorias no Postão devem ser efetuadas com o estabelecimento aberto, já que não haveria outro local para absorver os mais de 400 atendimentos diários realizados ali. "Correremos o risco de acontecerem graves sequelas e até mesmo mortes de pacientes pela precariedade que advirá dessa atitude", diz a entidade na nota.
O Sindicato dos Médicos afirma ainda que vai encaminhar denúncia ao Ministério Público caso o fechamento do Postão se confirme.
Informações de que o serviço poderia ser interrompido já circulavam durante esta sexta-feira. A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Fernanda Borckhardt, diz que enviará na segunda-feira (1º) um ofício ao secretário da Saúde de Caxias, Geraldo da Rocha Freitas Júnior, questionando sobre o fechamento do Postão, já que a decisão teria que passar pelo órgão.
— O boato está muito forte, e a gente acredita, sim, que ele pretende fechar o serviço para fazer a reforma — diz.
Fernanda afirma que no ano passado, quando obras no Postão já eram cogitadas, o Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv) conseguiu um laudo com um engenheiro comprovando que seria possível reformar a unidade com o serviço funcionando.
— No inverno, quando houve problemas de atendimento (no Postão), a UPA (Zona Norte) também ficou caótica, a gente acredita que ela não consegue absorver toda essa demanda — projeta.
Também há preocupação sobre o destino dos servidores do Postão durante as obras.
A promotora Adriana Chesani afirma que o Ministério Público está acompanhando a situação do Pronto-Atendimento. De acordo com ela, desde que a reforma foi divulgada, já houve conversas com o secretário da Saúde, mas não haveria definição sobre o fechamento ou não do local.
— A gente ainda não sabe como vai acontecer. Mas, havendo reforma e tendo de fechar, a prefeitura vai ter de adotar providências para que a população seja atendida. Os outros equipamentos de saúde terão que absorver essa demanda — explica.
O Pioneiro tenta o contato com o secretário Geraldo da Rocha Freitas Júnior, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.