Na última semana, em visita ao complexo da antiga Metalúrgica Abramo Eberle S.A. (Maesa), integrantes do Conselho Municipal de Política Cultural de Caxias e da Frente Parlamentar A Maesa É Nossa, da Câmara de Vereadores, criticaram novamente o estado de abandono do local, tópico já abordado em vistoria anterior.
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Conforme o secretário da Cultura de Caxias, Joelmir da Silva Neto, a prefeitura já solicitou à roçada da praça interna da Maesa junto à Codeca, mas os trabalhos atrasaram devido às chuvas recentes.
— O cronograma está um pouco atrasado, até pela volta das aulas, que é quando a Codeca faz a manutenção do entorno das escolas, mas isso está agendado — garante.
O conserto de calhas e telhados, porém, é mais complexo e pode demandar um processo licitatório. Ao mesmo tempo, a intervenção é necessária com urgência para não ampliar a deterioração da estrutura.
— A expectativa era aguardar a saída da empresa para uma intervenção integral, o que não ocorreu. Como a empresa não está saindo, a gente não pode deixar a situação agravar. Estamos na fase de orçamento, para ver se pode ser feito por dispensa de licitação ou não. É questão de telhado, de calha, mas como é muito grande ainda não temos dimensão do valor. O que tem de mais histórico ali é a madeira, queremos evitar que isso tenha que ser substituído — explica.
De acordo com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o município, a empresa Voges deveria sair da Maesa até 31 de julho, o que não ocorreu. A companhia solicitou novo prazo até o final de outubro de 2019, que foi recusado pela prefeitura. A nova data será definida pela Justiça.
Para o secretário, a desocupação total da área é necessária para que a prefeitura possa finalizar o estudo de ocupação. Mesmo com a recente retirada de resíduos industriais e a liberação de mais um pavilhão, ele lamenta a postura da Voges.
— Essa etapa que foi entregue deveria ter sido feita no fim de 2017. Então, não fizeram mais que a obrigação. Nós gostaríamos de ver esse cronograma cumprido. O município tem 100% da área. Esperamos que a Justiça entenda isso o quanto antes para que possamos executar o levantamento cadastral — aponta.
Neto afirma que, em breve, a prefeitura vai informar à comunidade os próximos passos da ocupação, detalhando as etapas que precisam ser vencidas pelo município. Para este ano, está prevista a transferência da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social para uma das alas do prédio.
Uma audiência pública sobre a ocupação do complexo foi marcada pela Frente Parlamentar A Maesa É Nossa para o dia 23 de agosto, na Escola Emílio Meyer. O secretário da Cultura ainda não sabe se o município participará da reunião.
— A gente não foi convidado, então vai aguardar. Eu confesso que não entendo muito o trabalho dessa frente parlamentar. Ao mesmo tempo em que realiza atos na Maesa, aplaude o fato de a empresa não estar desocupando o imóvel e não ter prazo definido. Fica meio contraditório — critica.