A deputada estadual Manuela D'Ávila foi confirmada pelo PCdoB na tarde desta quarta-feira como candidata do partido à Presidência da República. Dizendo-se esperançosa quanto à possibilidade de união entre os demais quadros da esquerda em torno de apenas um nome, a candidata se colocou como a melhor opção para construir um "novo projeto" de desenvolvimento para superar desigualdades regionais, de gênero e de raça.
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Ao discursar, depois de ter a candidatura lançada com apoio unânime dos delegados do partido, Manuela apresentou bandeiras como a da reforma da segurança pública, a justiça tributária, o combate às grandes corporações e a revogação da reforma trabalhista e da emenda constitucional que estabeleceu um teto para os gastos públicos por 20 anos. Ela criticou o "desemprego recorde", a queda da massa salarial e a evasão de jovens de universidades e escolas técnicas.
Apos o evento, a candidata voltou a dizer que abrirá mão de disputar a Presidência caso haja unidade dos três outros partidos da esquerda que pretendem concorrer ao pleito.
— Serei candidata, a partir da homologação, para defender o nosso país da cobiça das grandes corporações e das grandes potências internacionais. Sou candidata porque o Brasil é um sonho que pode ser realizado, porque acreditamos que é possível defender o desenvolvimento sustentável, aquele que coloca a Região Amazônica no centro das alternativas — disse.
Reforma da Previdência
Sobre a Previdência, a candidata defendeu que se faça antes uma auditoria para saber o "tamanho do déficit", e depois propor uma reforma que combata os privilégios. Manuela também disse apoiar a taxação dos lucros, dividendos e das grandes fortunas.
— É necessário radicalizar a democracia. Ou seja, ocupar poder. É possível construir uma política com muito mais participação da sociedade — prometeu ainda.
Em diversos momentos do discurso, a candidata criticou também a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ela, tem sido perseguido porque lidera as pesquisas de intenção de voto.
— Nós acreditamos na necessidade de, durante os próximos 60 dias, não baixarmos a bandeira da defesa da liberdade de Lula — disse.
Participaram da convenção o governador do Maranhão, Flávio Dino; a senadora Vanessa Graziotin (AM); a deputada Jandira Feghali (RJ); e a presidenta nacional da sigla, Luciana Santos. Também estiveram presentes a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, e a coordenadora da campanha de Manuela, a ex-vice-prefeita de São Paulo Nádia Campeão.