A possibilidade de controle no acesso ao campus da Universidade de Caxias do Sul (UCS) preocupa a comunidade que vive próxima à instituição. Apesar da garantia de que os acessos aos pedestres se manteriam, o presidente da associação de moradores do bairro Presidente Vargas, Sérgio Campos, acredita que moradores seriam prejudicados pela retirada das paradas do transporte coletivo do campus.
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— No entorno da universidade há mais de 30 mil moradores que seriam prejudicados em relação ao acesso ao transporte público, que hoje passa por ali. Além do próprio acesso ao ambulatório da UCS, que as pessoas precisam, haja visto que eles acabaram tirando o ônibus gratuito, que agora só funcionários e alunos e professores podem acessar — aponta.
Campos afirma, inclusive, que no Plano Diretor de Caxias está sinalizada a intenção de abertura da Rua Augusto dos Anjos, próximo à Vila Poliesportiva, e ligação com a Ernesto Grazziotin por toda a área do lago e do zoológico da UCS. Hoje, a via é murada. No Plano Diretor, de fato, a rua aparece como aberta e como meio de ligação até o bairro Petrópolis, classificada como via coletora.
As vias coletoras "possuem a função de distribuição do tráfego oriundo das vias locais e intermediárias para as vias arteriais e anéis viários", "sendo adequadas para o transporte coletivo ou de cargas leves, com boa acessibilidade e média capacidade de tráfego". O projeto de abertura, no entanto, nunca saiu do papel.
Se efetivado, para o presidente do bairro, possibilitaria melhorias tanto na mobilidade quanto na segurança do campus.
— A própria Brigada Militar (BM) poderia patrulhar e fazer a ligação direta entre o bairro Petrópolis, via universidade, para o Presidente Vargas e até os demais bairros ao redor. Isso, anos atrás, tinha o apoio da própria BM. Ficaria muito mais fácil de fazer essa proteção — argumenta.
Para o diretor administrativo e financeiro da Fundação Universidade Caxias do Sul (Fucs), Candido da Roza, a comunidade deve ser atendida pelo transporte coletivo com pontos de ônibus em seu próprio bairro. Como a cidade cresceu no entorno da instituição, porém, Campos acredita que os moradores conquistaram o direito de utilizar o espaço.
— Desde a década de 1970, nunca um reitor ou presidente da Fucs foi tão retrógrado no sentido de querer retirar um direito adquirido. A universidade é uma instituição comunitária, tem de dar essa contrapartida para a comunidade — defende o presidente.